Crise política: como reflexo dessa turbulência, o investimento e o consumo pararam de crescer (Ueslei Marcelino/REUTERS/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 1 de junho de 2017 às 17h07.
O Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre mostra que a economia brasileira está deixando para trás dois anos de recessão.
Contudo, se a crise política continuar ao longo do ano a incipiente retomada pode sair dos trilhos e, no pior cenário, o Brasil pode voltar ao quadro recessivo.
A avaliação é do diretor para a América Latina da Moody's Analytics, Alfredo Coutiño.
"Nos últimos dois anos, uma série de escândalos políticos apareceram no Brasil, com a última delas envolvendo o atual presidente", afirma Coutiño ao comentar os dados divulgados nesta quinta-feira, 1, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Como reflexo da turbulência política, o investimento e o consumo pararam de crescer, ressalta o diretor da Moody's.
Se o imbróglio político se prolongar, Coutiño avalia que a economia vai sofrer e as reformas vão ser postergadas.
"A economia pode voltar para a recessão e não ver uma recuperação até o próximo governo em 2019."
Os dados divulgados hoje mostram que o PIB cresceu 1% no primeiro trimestre quando comparado ao quarto trimestre de 2016.
"Após oito trimestres, o Brasil volta a crescer", afirma o diretor da Moody's Analytics.