Economia

Indústria tem papel central para crescimento, diz Monteiro

Ele também fez questão de ressaltar a importância do setor terciário, ao dizer que comércio e serviços "têm um papel estratégico na agenda da competitividade"


	Armando Monteiro: "Crescer pela indústria é sempre o melhor caminho"
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Armando Monteiro: "Crescer pela indústria é sempre o melhor caminho" (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

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Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2014 às 16h39.

Brasília - Confirmado nesta segunda-feira, 01, como futuro ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o senador Armando Monteiro (PTB-PE) afirmou que a agenda proposta para o aumento da competitividade e da produtividade "está em consonância com os objetivos gerais da política econômica" já anunciada pelos futuros ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, além do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, mantido no cargo pela presidente Dilma Rousseff.

"O reequilíbrio macroeconômico é condição fundamental para o fortalecimento da confiança dos agentes econômicos e da retomada de um crescimento mais vigoroso, que deve ter como principais objetivos o aumento dos investimentos, das exportações e da produtividade", discursou Monteiro.

Para ele, a elevação da produtividade permitirá a "sustentabilidade do aumento dos salários" e o fortalecimento da demanda doméstica, "garantindo as nossas conquistas sociais".

Ele argumentou que a indústria tem um papel central na agenda do crescimento do país e que "não há como crescer mais sem que a indústria tenha dinamismo".

"Crescer pela indústria é sempre o melhor caminho."

Apesar disso, ele fez questão de ressaltar a importância do setor terciário, ao dizer que comércio e serviços "têm um papel estratégico na agenda da competitividade".

Realinhamento cambial

Monteiro afirmou também que ocorrerá "um realinhamento cambial que se dará em condições naturais" e não quis fazer projeção do câmbio para os próximos meses.

"Teremos um realinhamento cambial que se dará em condições extremamente naturais, sem nada que pareça movimento brusco e tenha caráter artificial", afirmou.

"Não me arrisco a fazer nenhuma projeção. Mais importante que a taxa de câmbio nominal é taxa de câmbio real. Para isso, o Brasil tem que ter inflação menor do que aquela dos países com os quais se relaciona. Trabalhar pelo câmbio significa trabalhar pela eficiência do tripé macroeconômico", disse.

"Não posso deixar de reconhecer que o real tem uma valorização e isso de alguma forma concorreu ao longo da última década para perda de competitividade da indústria brasileira. No entanto, processos artificiais de correção cambial conduzem sempre a situações perigosas. O Brasil tem sistema de cêmbio flutuante", disse, acrescentando acreditar firmemente na coordenação das políticas monetárias e fiscal.

"Acho também que a política monetária dos EUA vai produzir reorientação dos fluxos de poupança com significativo efeito sobre o câmbio", completou.

"É evidente que câmbio é preço macroeconômico importantíssimo, como juros, mas evidentemente que a coordenação da política cambial tem que estar associada às políticas monetária e fiscal", disse.

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