Montadoras: pelo acordo com a UE, o Mercosul concordou em abrir suas portas à indústria europeia, principalmente a seus carros (Thomas Niedermueller/Getty Images)
AFP
Publicado em 1 de julho de 2019 às 16h03.
A Associação dos Fabricantes Europeus de Automóveis (ACEA) elogiou, nesta segunda-feira (1º), a conclusão das negociações do acordo comercial entre a União Europeia e os países do Mercosul, anunciado na última sexta (28).
"Há um potencial real de crescimento na indústria automotiva da UE, levando em conta o tamanho do mercado do Mercosul, tanto em termos de população quanto de PIB", declarou o secretário-geral da ACEA, Erik Jonnaert, segundo um comunicado.
Fabricantes europeus podem, segundo a ACEA, "aproveitar a redução de tarifas" nos países do Mercosul, que atualmente chegam a 35% para os automóveis.
A UE exportou, em 2018, 73.000 veículos para a região, ou seja, 2,2% do mercado.
Cerca de 3,3 milhões de novos veículos foram vendidos no ano passado nos quatro países do Mercosul.
Para chegar a um acordo com a UE, o Mercosul concordou em abrir suas portas à indústria europeia, principalmente a seus carros, mas também aos produtos químicos e farmacêuticos.
No entanto, a UE fez grandes concessões no setor agrícola, uma vez que fornecerá acesso a seu mercado a quatro países que estão ansiosos para vender açúcar, etanol, aves e carne bovina.
Essas concessões fizeram os agricultores europeus reagirem, denunciando a concorrência desleal. O acordo é igualmente criticado por ambientalistas e ONGs por causa de suas consequências consideradas negativas para o meio ambiente. Mas antes de entrar em vigor, o acordo precisa ser validado pelos países da Europa e da América do Sul, o que pode levar tempo.