Economia

Modelo de recuperação da UE deixará bloco um ano atrás dos EUA

Enquanto o projeto americano foca no curto prazo, o europeu planeja o aumento a produtividade e o potencial de crescimento dos próximos anos

Estados Unidos e União Europeia: norte-americanos devem impor tarifas sobre europeus (Francois Lenoir/Reuters)

Estados Unidos e União Europeia: norte-americanos devem impor tarifas sobre europeus (Francois Lenoir/Reuters)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 25 de fevereiro de 2021 às 18h09.

Enquanto os Estados Unidos miram um enorme pacote de estímulo para acelerar a recuperação após o impacto da crise de coronavírus, grande parte da Europa avança pela faixa mais lenta. O projeto de estímulo de US$ 1,9 trilhão do presidente Joe Biden, caso os líderes do Congresso aprovarem o valor total, seria mais do que o triplo dos gastos planejados por países da zona do euro, de acordo com o UniCredit.

Como consequência, a maioria dos economistas espera que o PIB dos EUA corresponda ao tamanho pré-pandemia em meados de 2021, aproximadamente um ano antes do bloco. O JPMorgan Chase estima que o impulso fiscal - o empurrão dos gastos discricionários do governo menos o peso do fim de incentivos fiscais e medidas de apoio - adicionará 1,8% ao PIB dos EUA neste ano. Para a zona do euro, esse fator deve subtrair 0,1% da economia.

A lentidão da Europa é em parte resultado de sua composição. Os 27 governos soberanos da União Europeia definiram suas próprias políticas fiscais e levaram meses de negociações no ano passado para chegar a um acordo sobre um fundo de recuperação comum de 750 bilhões de euros (US$ 910 bilhões). As propostas de como gastar o dinheiro ainda estão sendo processadas, e os fundos provavelmente não começarão a ser distribuídos antes do segundo semestre.

Essa consideração cuidadosa tem seus benefícios. Se der certo, a UE terá um conjunto bem estruturado de projetos que aumentam a produtividade e o potencial de crescimento nos próximos anos. Se der errado, porém, o continente pode ficar arruinado por muito tempo.

A questão é o que queremos alcançar. Queremos esse ímpeto de curto prazo ou queremos usar o dinheiro para melhorar a estrutura da economia de forma sustentável? Na Europa, precisamos desse último.

Carsten Brzeski, economista do ING Germany
Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Política fiscalUnião EuropeiaZona do Euro

Mais de Economia

Mesmo com alíquota de IVA reduzida, advogado pode pagar imposto maior após reforma; veja simulações

Subsídios na China fazem vendas de eletrônicos crescer até 400% no ano novo lunar

Conta de luz não deve ter taxa extra em 2025 se previsão de chuvas se confirmar, diz Aneel

Após receber notificação da AGU, TikTok remove vídeo falso de Haddad