Economia

Moagem de cana do CS na safra 14/15 tem 1ª queda, diz Unica

Processamento de cana na primeira quinzena de novembro no centro-sul recuou 28,4 por cento, para 23,1 milhões de toneladas


	Cana de açúcar: processamento de cana na primeira quinzena de novembro no centro-sul recuou 28,4 por cento, para 23,1 milhões de toneladas
 (Elza Fiuza/ABr)

Cana de açúcar: processamento de cana na primeira quinzena de novembro no centro-sul recuou 28,4 por cento, para 23,1 milhões de toneladas (Elza Fiuza/ABr)

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Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2014 às 12h27.

São Paulo - A quebra da safra de cana 2014/15 do centro-sul do Brasil finalmente apareceu nos números de moagem acumulada na temporada da principal região produtora do Brasil, afirmou nesta terça-feira a Unica, entidade que representa as usinas do setor.

O processamento de cana na primeira quinzena de novembro no centro-sul recuou 28,4 por cento, para 23,1 milhões de toneladas, ante mesmo período no ano passado, caindo também 1,2 por cento no acumulado da safra 14/15, para 538,4 milhões de toneladas.

"A quebra de safra começa a ficar evidente a partir dessa quinzena, pois é a primeira vez que a quantidade acumulada de cana-de-açúcar processada ficou aquém do valor observado na safra passada", afirmou o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, em nota.

Em sua última previsão, a Unica projetou a moagem total do centro-sul em 545,9 milhões de toneladas em 14/15, ante um recorde de 597 milhões de toneladas na temporada passada.

Essa tendência de quebra de safra também se confirma quando a análise remete ao número de unidades com safra encerrada até o final da primeira quinzena de novembro: 82 unidades em 2014, contra apenas 31 plantas em igual data no último ano, segundo a Unica.

A produtividade agrícola do centro-sul no acumulado da safra até o final de outubro caiu 7,7 por cento ante mesmo período de 2013, para 74,9 toneladas por hectare, com os canaviais sofrendo o impacto de uma severa seca neste ano, especialmente no Estado de São Paulo, principal produtor nacional.

Já a qualidade da cana, medida pelo volume de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada da matéria-prima, somou 137,07 kg, ante 133,67 kg em igual período de 2013, com a seca favorecendo a concentração de sacarose.

A qualidade melhor da cana não foi suficiente para compensar a queda na produtividade agrícola, e a produção de açúcar recuou 3,1 por cento no acumulado da safra até a primeira quinzena de novembro, para 30,7 milhões de toneladas.

Na primeira parte de outubro, o total produzido de açúcar caiu 38,9 por cento na comparação anual, para 1,2 milhões de toneladas.

Os contratos futuros do açúcar operavam em leva alta por volta das 12h55 (horário de Brasília). O contrato março subia 0,7 por cento.

A produção de etanol do centro-sul recuou 16,3 por cento na primeira quinzena de novembro ante o mesmo período do ano passado, para 1,1 bilhão de litros, mas ainda registra um aumento de 5,1 por cento no acumulado da safra, para 24,4 bilhões de litros, uma vez que as usinas estão privilegiando a produção do biocombustível, mais remunerador.

A produção de etanol anidro (misturado à gasolina) no acumulado da safra somou 10,3 bilhões de litros, aumento de 2,1 por cento ante a temporada anterior, enquanto a de hidratado atingiu 14,1 bilhões de litros, crescimento de 7,4 por cento na mesma comparação.

Segundo a Unica, 56,3 por cento da produção de cana do acumulado da safra foi destinada à produção de etanol, dois pontos percentuais acima do total verificado no mesmo período do ano passado, com o restante sendo direcionado à fabricação de açúcar.

A preferência das usinas pelo biocombustível fica ainda mais evidente quando se considera o dado da última quinzena, com quase 60 por cento da cana indo para a produção de etanol, ante 52 por cento no mesmo período do ano passado.

VENDAS As vendas de etanol pelas unidades produtoras da região centro-sul na primeira quinzena de novembro somaram 1,07 bilhão de litros, com 1 bilhão de litros direcionados ao mercado interno e o restante para a exportação.

O volume comercializado de etanol hidratado no mercado doméstico somou 609,97 milhões de litros na primeira metade de novembro, frente a 564,80 milhões de litros registrados nos primeiros quinze dias de novembro em 2013.

As vendas internas de etanol anidro, por sua vez, totalizaram 390,9 milhões de litros na primeira quinzena de novembro, ante 368,56 milhões de litros apurados no mesmo período de 2013.

No acumulado de abril até 15 de novembro, as vendas de etanol alcançaram 15,34 bilhões de litros, sendo 14,45 bilhões de litros no mercado interno e apenas 891,17 milhões de litros para a exportação.

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