Economia

Ministros da zona do euro discutem desequilíbrios espanhol

Nenhuma decisão será tomada até que a Comissão Europeia (CE) conclua a análise sobre o programa de reformas do governo espanhol


	Moedas de Euro sobre o mapa de Madri: em um relatório sobre 13 dos 27 países da União Europeia (UE), a CE advertiu que Espanha e Eslovênia apresentam "desequilíbrios excessivos".
 (Sean Gallup/Getty Images)

Moedas de Euro sobre o mapa de Madri: em um relatório sobre 13 dos 27 países da União Europeia (UE), a CE advertiu que Espanha e Eslovênia apresentam "desequilíbrios excessivos". (Sean Gallup/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2013 às 16h12.

Madri - Os ministros das Finanças da zona do euro examinarão nesta segunda-feira as economias da Espanha e da Eslovênia, cuja instabilidade provoca alarme na região.

A ideia é avaliar os planos de reformas dos dois países para "reduzir os desequilíbrios excessivos de forma significativa", destacou uma fonte europeia. Mas nenhuma decisão será tomada até que a Comissão Europeia (CE) conclua a análise sobre o programa de reformas do governo espanhol.

"O que vai ser observado é que no ano de 2012 houve uma maior correção de desequilíbrios econômicos em um país como a Espanha que nos últimos anos", disse o ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, ao chegar em Bruxelas.

A data chave é 29 de maio, quando o Executivo comunitário pretende divulgar as recomendações aos países da zona do euro.

Também nesse dia se saberá oficialmente se Bruxelas dará - como está previsto - dois anos a mais à Espanha (até 2016) e à França (2015) para cumprir o objetivo de redução do déficit abaixo do limite de 3% do PIB.

Em um relatório sobre 13 dos 27 países da União Europeia (UE), a CE advertiu que Espanha e Eslovênia apresentam "desequilíbrios excessivos" que devem ser corrigidos.

Bruxelas se mostrou particularmente preocupada com o alto nível de endividamento no setor privado espanhol, sobretudo entre as famílias, muitas delas com todos os seus membros desempregados.

Se as medidas corretivas não convencerem, Bruxelas pode impor multas que podem chegar até 0,1% do PIB, segundo o Procedimento de Desequilíbrios Excessivos (PDE).

A Eslovênia adotou um duro plano de saneamento de suas finanças públicas, para evitar pedir ajuda financeira.


No momento, os europeus descartam que o país balcânico, que representa apenas 0,4% da economia da zona do euro, peça um resgate internacional.

Contudo, segundo analistas, a Eslovênia, abalada pela instabilidade política, elevado déficit, recessão galopante e um setor financeiro com ativos tóxicos que representam quase 20% do PIB do país, poderia se transformar no sexto país da zona do euro a ter que pedir ajuda, depois de Portugal, Grécia, Irlanda, Chipre e do resgate do setor bancário espanhol.

O Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE) desembolsou a primeira parcela do polêmico resgate ao Chipre, que se eleva a 2 bilhões de euros e antes do final de junho, entregará 1 bilhão de euros à ilha.

Os ministros das Finanças também preveem aprovar os desembolsos das próximas parcelas do resgate à Grécia (4,2 bilhões de euros este mês e 3,3 bilhões em junho).

Em um momento de debates sobre as receitas da austeridade para combater a crise, o ministro das Finanças italiano, Fabrizio Saccomanni, deverá apresentar a seus homólogos europeus seu programa de ajustes. Sobretudo, depois de o novo primeiro-ministro Enrico Letta anunciar a eliminação de 6 bilhões de euros em aumentos de impostos.

Seus sócios europeus querem saber como a terceira economia da união monetária fará para compensar esta queda de receitas.


Os ministros da zona do euro (formada por 17 dos 27 países da UE) analisarão também as medidas apresentadas por Portugal para compensar a recente decisão do Tribunal Constitucional desse país, que anulou em abril vários cortes incluídos no orçamento de 2013.

Na terça-feira, durante uma reunião com todos os sócios da UE, os ministros analisarão um plano para lutar contra a evasão fiscal e o sigilo bancário.

A pressão para lutar contra esse problema, que custa ao continente um trilhão de euros a cada ano (o PIB da Espanha), cresce diariamente. Os países do G7 se mostraram "absolutamente decididos a fazer avanços" sobre o assunto definido como prioridade pela presidência britânica do grupo, que reúne Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Reino Unido, Itália e Japão.

O destaque desse assunto aumentou após a divulgação dos "Offshoreleaks", um vazamento de milhões de arquivos, com contas e documentos de 120.000 empresas de fachada registradas em paraísos fiscais (Ilhas Virgens, Cook, Bermudas e outros).

Bermudas e outros territórios britânicos ultramarinos, considerados paraísos fiscais, assinaram acordos para compartilhar informação com o Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Espanha.

Luxemburgo anunciou que suspenderá parcialmente seu sigilo bancário no dia 1º de janeiro de 2015. Agora só resta convencer a Áustria, que resiste, e a Suíça, que de nenhum modo quer perder seu sigilo bancário.

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