Economia

Ministro está preocupado com demora em obras da Copa

Orlando Silva, do Ministério dos Esportes, exigiu mais transparência nos procedimentos de gestão de recursos para o evento que acontecerá em 2014

Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (.)

Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Curitiba - O ministro do Esporte, Orlando Silva, se disse preocupado com a demora de estados, municípios e do próprio governo federal em acelerar o cronograma de obras previstas para que a Copa do Mundo de 2014 no Brasil seja um sucesso. O ministro participou hoje (16), em Curitiba, da primeira audiência pública sobre as modificações da Lei Geral do Esporte, a chamada Lei Pelé, promovida pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
 

"Tem temas como aeroportos, por exemplo, que competem exclusivamente ao governo federal, tais como garantir investimentos, obras e serviços adequados para que a copa funcione adequadamente. O alerta que faço é no sentido de acelerar obras, cumprir os prazos determinados porque minha preocupação é que o não cumprimento desses cronogramas possa repercutir nos gastos públicos", advertiu.

 

Sobre a Lei Pelé, o ministro disse que a principal alteração proposta é a valorização do clube formador de atleta. "A lei foi importante porque deu liberdade para os atletas profissionais exercerem suas atividades, mas da forma que está não garante a um clube que, por exemplo, investir na preparação de um jovem de 14 anos, tenha a remuneração adequada. A lei também reconhece características peculiares às atividades do futebol, que exigem flexibilidade em alguns temas da legislação, e procura endurecer em relação à gestão temerária no futebol", explicou.
 

O ministro destacou a exigência de mais transparência, com a divulgação dos balancetes e a punição dos dirigentes que causem prejuízos aos clubes. Para o relator do projeto de lei, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), o essencial é a proteção aos clubes, que ficaram fragilizados diante da forte presença de empresários nas transações referentes ao futebol. A proposta torna nulos os contratos celebrados entre agentes(empresários) e jogadores ou entre agentes e clubes, muitas vezes, prejudicando o jogador. "É a organização da administração do futebol nessa área", afirmou.
 

<

p class="western" style="margin-bottom:0;">O projeto determina que até 5% dos valores pagos pelos clubes compradores nas transferências nacionais de jogadores de futebol, definitivas ou temporárias, sejam repassados aos clubes formadores. Os clubes que ajudam na formação de atletas, com idade entre 14 e 17 anos, terão 1% do valor da transferência para cada ano de investimento no jovem, dentro desse período. Já os clubes que formarem jogadores entre os 18 e 19 anos terão 0,5% por ano. O senador acha que o projeto pode sofrer as alterações necessárias, voltar para a Câmara dos Deputados e ser aprovado em até uma semana. "Porque nós podemos fazer isso em 15 dias e a Câmara não pode. É só uma questão de entendimento."
 

A audiência promovida hoje pela CCJ do Senado foi proposta pelo relator do projeto de lei (PL 09/2010), com o objetivo de colher sugestões e opiniões para possíveis alterações no texto.
 

Confira outras notícias da Copa do Mundo.

Acompanhe tudo sobre:Copa do MundoEsportesFutebolInfraestrutura

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo