Papandreou: governo e os credores internacionais adiaram negociações para terceiro pacote de resgate ao país para terça-feira (28) (John Thys/AFP)
Da Redação
Publicado em 26 de julho de 2015 às 13h33.
Atenas, 26 - O ministro do Trabalho da Grécia, Giorgos Katrougalos, afirmou neste domingo que o governo e os credores internacionais ainda estão decidindo o formato das negociações para o terceiro pacote de resgate ao país, que pode chegar a 85 bilhões de euros.
Em uma entrevista para a emissora de televisão Skai, ele afirmou que as pré-negociações ainda estão em andamento, o que configura um atraso nos prazos formais.
Os negociadores da Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) deveriam ter chegado ao país na sexta-feira, mas na noite de sábado uma fonte do governo disse que as conversas a "nível técnico" agora devem começar na terça-feira (28).
Katrougalos disse que o ministro de Finanças, Euclid Tsakalotos, e outros membros do gabinete devem se encontrar pessoalmente com os inspetores da troica, uma movimentação que havia sido negada anteriormente pelo governo. "No ponto que chegamos, nós somos obrigados a negociar. Enfrentando a possibilidade de um colapso financeiro, fomos forçados a nos comprometer", afirmou o ministro.
O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, foi eleito seis meses atrás com uma plataforma anti-austeridade, mas acabou sendo obrigado aceitar as exigências dos credores internacionais, pois o sistema financeiro do país está a beira de um colapso e precisou ficar quase três semanas fechados, além da adoção de controles de capital.
Esta semana, o Parlamento aprovou uma série de medidas exigidas pela troica, mas para isso o governo teve de contar com o apoio da oposição, já que quase um quarto dos membros do partido governista Syriza se recusou a aprovar os projetos.
Após receber um empréstimo ponte, a Grécia conseguiu honrar seus compromissos com o BCE e pagar dívidas atrasadas com o FMI este mês, mas agora precisa garantir a aprovação de um acordo formal com os credores. O país precisa pagar em 20 de agosto mais de 3 bilhões de euros para o BCE.