O ministro das Finanças do Chipre Michalis Sarris: "a investigação se estende até o período no qual fui presidente da junta administrativa do Banco Popular", explicou (REUTERS/Sebastien Pirlet)
Da Redação
Publicado em 2 de abril de 2013 às 11h33.
Nicósia - O ministro das Finanças do Chipre, Michalis Sarris, apresentou nesta terça-feira sua renúncia para não atrapalhar os trabalhos da comissão que deverá apurar responsabilidades em relação à crise financeira no país, informou a presidência.
Sarris, quem antes de ser ministro foi membro da junta diretora do Banco Popular (Laki), que está sendo liquidado e é alvo da investigação, afirmou que sua decisão 'facilitaria os trabalhos da comissão'.
'Hoje a comissão que averiguará as causas da quebra do sistema bancário cipriota começou a trabalhar e a investigação se estende até o período no qual fui presidente da junta administrativa do Banco Popular', explicou.
O presidente do Chipre, Nicos Anastasiades, anunciou que aceitava a demissão pois as negociações com a troika sobre o pacote de reformas que o país deve cumprir em troca do resgate de 10 bilhões de euros já foram concluídas.
'As negociações terminaram hoje com grande sucesso em relação aos objetivos que tínhamos colocado', disse Anastasiadis. Sarris foi ministro das Finanças de 2005 até 2008 e de janeiro até agosto de 2012 foi presidente da junta diretora do Banco Popular.
Logo após assumir novamente o cargo de ministro, após a formação do novo governo, há pouco mais de um mês, Sarris enfrentou as negociações com a troika e a reforma radical do hipertrofiado sistema financeiro cipriota, que levou à liquidação do Banco Popular e a uma ampla reestruturação do Banco do Chipre.
Durante as duas semanas que durou o confisco e devido às restrições ao movimento de capital impostas após a reabertura dos bancos, tanto Sarris como o governador do Banco Central, Panikos Dimiatriadis, foram alvos de críticas.
Sarris será substituído no cargo por Jaris Yeoryiadis, até agora ministro do Trabalho, que será substituído por sua vez por Zeta Emilianidu, funcionária do Ministério de Comércio.
*Matéria atualizada às 11h33