Fazendeiro observa sua plantação de soja em Barreiras, na Bahia: estimativa mais recente da Conab é de uma safra de 86,08 milhões de toneladas (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 6 de maio de 2014 às 20h12.
Brasília - A safra de soja do Brasil em 2013/14 deverá ficar entre 89 milhões e 90 milhões de toneladas, estimou o ministro da Agricultura, Neri Geller, em projeção que supera o número de abril da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A estimativa mais recente da Conab é de uma safra de soja de 86,08 milhões de toneladas. A estatal atualizará suas projeções de safra na quinta-feira.
"A soja, no ano passado, colhemos 84 milhões de toneladas e tem uma previsão, este ano, de 89 a 90 milhões de toneladas", disse a jornalistas durante entrevista para fazer um balanço do escoamento da safra deste ano.
O ministro disse ainda que a safra de milho em 13/14 deve ficar em 78 milhões de toneladas. Apesar do recuo em relação aos 81,5 milhões de toneladas totais na safra passada, a nova estimativa supera a previsão anterior, que previa uma queda ainda maior, para cerca de 76 milhões de toneladas, por conta da seca.
"Houve uma recuperação", disse o ministro, acrescentando que há possibilidade de o próximo relatório ter nova melhora no milho. Mas sem dar mais detalhes.
Sobre o escoamento da safra, o ministro dos Transportes, César Borges, que também participou da entrevista, disse que o frete nesta safra caiu cerca de 10 por cento devido à redução das filas, principalmente no Porto de Santos.
Segundo o governo, a redução nos congestionamentos nos arredores do Porto de Santos foi obtida, principalmente, com medidas de gestão como a política de agendamento da chegada dos caminhões aos terminais do porto.
Em abril, por exemplo, 95 por cento dos caminhões que chegaram ao maior porto do país estavam agendados.
Segundo o balanço divulgado nesta terça-feira, as medidas ajudaram a reduzir, em abril, de 9,25 horas para 5,5 horas o tempo médio de permanência de caminhões no pátio.
O ministro da Secretaria de Portos, Antonio Henrique Silveira, ponderou que o volume menor de chuvas no começo do ano --em comparação a anos anteriores-- também ajudou a agilizar o escoamento.
"As chuvas menores ajudaram, mas as medidas de gestão tiveram contribuição fundamental para diminuir os impactos na Baixada Santista", disse Silveira.
O ministro dos Portos disse ainda que o Tribunal de Contas da União (TCU) julgará na quarta-feira os recursos apresentados pelo governo relativos a 4 das 19 condições estabelecidas pelo tribunal para liberar o edital dos arrendamentos de áreas em Santos e em portos do Pará.
O julgamento dos recursos, porém, ainda não libera de imediato a publicação dos editais, já que o TCU também precisa se manifestar sobre as respostas do governo às outras 15 condições.
Ferrovias
O ministro dos Transportes, César Borges, disse que, apesar de o TCU já ter liberado a publicação do edital do leilão de concessão da ferrovia entre Lucas do Rio Verde (MT) e Campinorte (GO), o governo só lançará a licitação quando tiver certeza do interesse dos investidores.
"Não faremos um leilão para dar vazio", disse o ministro. "O setor privado está aprimorando seus estudos para saber se o Capex aprovado pelo TCU é viável", disse o ministro, referindo-se ao fato de o TCU ter pedido redução nos montantes de investimentos previstos para a obra.
A previsão inicial do governo é de que a ferrovia custaria cerca de 6,3 bilhões de reais.