Fernando Coelho Filho: "eu particularmente sou contra a taxação porque acho que isso vai voltar para nós bem mais caro, via retaliação" (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 15 de maio de 2017 às 11h54.
São Paulo - O Brasil precisa de medidas que protejam o mercado de etanol de cana brasileiro de importações do etanol de milho norte-americano, disse nesta segunda-feira o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, acrescentando ser contra qualquer taxação ao biocombustível estrangeiro.
Segundo ele, uma taxação contra o etanol dos EUA deveria ser evitada, já que uma retaliação norte-americana a eventual medida neste sentido poderia custar caro ao Brasil. O governo chegou a discutir a retomada da tarifa recentemente.
"Hoje, inclusive, tem uma resolução no Diário Oficial da União, que já foi uma iniciativa do CNPE extraordinária, não barrando, mas criando algumas limitações para importações de etanol de milho", afirmou o ministro, durante palestra em São Paulo, sem especificar quais limitações.
O governo brasileiro publicou nesta segunda-feira resolução de 11 de abril do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) que determina que agentes que exercerem a atividade de importação de biocombustíveis deverão atender as mesmas obrigações de manutenção de estoques mínimos e de comprovação de capacidade para atendimento ao mercado exigidas dos produtores instalados no país.
"Eu particularmente sou contra a taxação porque acho que isso vai voltar para nós bem mais caro, via retaliação, mas precisamos de algumas medidas para proteger nosso etanol de cana do etanol dos EUA de milho", completou.
O Brasil, apesar de grande produtor de etanol, costuma importar volumes principalmente dos EUA para suprir a oferta na entressafra.