Caminhão em rodovia: "[O transporte] é feito, na maioria das vezes, de caminhão, que é um dos [modais] mais caros do mundo. A nossa produção tem crescido muito mais do que os investimentos feitos", disse o ministro (Marcos Santos/USP Imagens)
Da Redação
Publicado em 27 de agosto de 2013 às 16h07.
São Paulo - O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, reconheceu, hoje (27), a necessidade de reduzir o custo da produção no país para aumentar a competitividade do agronegócio brasileiro.
"[O transporte] hoje é feito, na maioria das vezes, de caminhão, que é um dos [modais] mais caros do mundo. A nossa produção tem crescido muito mais do que os investimentos feitos, do que é possível ser feito", disse ao participar, na capital paulista, do Salão Internacional da Avicultura (Siav), que ocorre até o próximo dia 29.
Ele citou como exemplo do alto custo o valor da exportação de uma tonelada de soja no Brasil, que chega a US$ 200, enquanto nos Estados Unidos o valor é cerca de US$ 90. O ministro ressaltou, no entanto, que o governo federal está atento a essa questão e tem anunciado parcerias para desenvolvimento do transporte ferroviário e pluvial que melhorem o custo de escoamento do produto brasileiro.
"Conseguimos aprovar a MP [medida provisória] que torna nossos portos mais dinâmicos e competitivos", apontou.
O presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, criticou a perda de competitividade do setor avícola. "Superamos grandes gargalos, tivemos desonerações importantes. Depois de 2005, chegamos à liderança das exportações mundiais, mas o Brasil está perdendo participação no mercado internacional por conta do custo da produção", declarou.
Segundo a entidade, desde 2006, o custo com mão de obra no setor cresceu 166%, enquanto os concorrentes norte-americanos e tailandeses tiveram crescimento em torno de 20%.
Um documento com esse e outros dados de estudo sobre a perda de competitividade do setor avícola foi entregue ao vice-presidente da República, Michel Temer.
Temer destacou a importância do agronegócio, especialmente do setor avícola, para a segurança alimentar dos brasileiros. "Quando milhões de pessoas saíram da extrema pobreza e foram para a classe média baixa, o grande sucesso [disso] é que essas pessoas poderiam ir ao supermercado e comprar um frango", destacou.
Segundo a Ubabef, dois terços da produção de aves no país ficam no mercado interno. O restante é exportado para 155 países.