Economia

Ministro argentino diz que continua em diálogo com credores

Martín Guzmán lembrou que país já fez oferta para reestruturar dívida, até agora não aceita pelos credores privados

Martin Guzman: ministro lembrou também que a pandemia de coronavírus foi "um choque absolutamente massivo" (Agustin Marcarian/File Photo/Reuters)

Martin Guzman: ministro lembrou também que a pandemia de coronavírus foi "um choque absolutamente massivo" (Agustin Marcarian/File Photo/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de maio de 2020 às 19h10.

Última atualização em 15 de maio de 2020 às 22h56.

O ministro da Economia da Argentina, Martín Guzmán, afirmou nesta sexta-feira, 15, que o país deseja garantir um acordo na reestruturação de sua dívida que seja capaz de cumprir e que o diálogo com credores continua.

Guzmán lembrou que o país já fez uma oferta, até agora não aceita pelos credores privados, mas disse que a administração do presidente Alberto Fernández está disposta a ouvir contrapropostas - o prazo da oferta feita por Buenos Aires foi adiado uma vez e atualmente é de 22 de maio.

Guzmán falou em evento virtual, organizado pelo Council on Foreign Relations. "Queremos acordo de renegociação da dívida dentro da nossa capacidade", comentou no evento, dizendo que busca tornar o país um bom pagador, mas que para isso é necessário que a trajetória da dívida seja sustentável. Ele informou que o governo argentino continua a dialogar também com o FMI para reestruturar o pacote de ajuda.

O ministro lembrou também que a pandemia de coronavírus foi "um choque absolutamente massivo", diante da necessidade de medidas de restrição à circulação para conter os novos casos da covid-19. Com isso, foram adotadas medidas fiscais, que elevaram o déficit fiscal, mas eram necessárias nesse momento para apoiar o quadro, disse ele.

Guzmán destacou que a sustentabilidade da dívida é um fator crucial para permitir o crescimento econômico do país. Em sua fala, ele lembrou da deterioração do quadro no país nos últimos anos, com contração econômica, inflação elevada e taxa de desemprego que supera dois dígitos, além do aumento na pobreza.

"Enfrentamos grave crise gora, que inclui crise da dívida soberana", disse ele. "Quando mais cedo resolvermos (questão da dívida), será melhor para todos", comentou, acrescentando que para isso é preciso haver compreensão por parte dos credores.

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