Economia

Ministro alemão defende flexibilização de metas fiscais

Wolfgang Schäuble defendeu a decisão da Comissão Europeia de dar à França, Espanha e Portugal mais tempo para que cumpram as metas de déficit fiscal


	Wolfgang Schäuble defendeu a decisão da Comissão Europeia de dar à França, à Espanha e a Portugal mais tempo para que cumpram as metas de déficit fiscal
 (AFP/ Odd Andersen)

Wolfgang Schäuble defendeu a decisão da Comissão Europeia de dar à França, à Espanha e a Portugal mais tempo para que cumpram as metas de déficit fiscal (AFP/ Odd Andersen)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2013 às 16h37.

Berlim - O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, defendeu a decisão da Comissão Europeia de dar à França, à Espanha e a Portugal mais tempo para que cumpram as metas de déficit fiscal. "O Pacto de Crescimento e Estabilidade da União Europeia permite uma certa flexibilidade para o cumprimento das regras", disse Schäuble em entrevista a ser publicada no domingo (5) pelo jornal alemão Bild am Sonntag.

O ministro ressalvou que o relaxamento das metas fiscais não é uma carta branca para aqueles países deixarem de cumprir as exigências de reformas estruturais e consolidação orçamentária. "A Comissão Europeia e o governo alemão estão totalmente de acordo em que não deve haver qualquer relaxamento nas reformas estruturais", acrescentou.

Na sexta-feira, a Comissão Europeia anunciou que permitirá que alguns países da zona do euro afetados pela recessão relaxem suas políticas de austeridade, por causa das condições ruins de suas economias. A França terá mais dois anos, até 2015m para reduzir seu déficit orçamentário para o limite de 3% do PIB; a Espanha terá até 2016 para cumprir a meta.

A decisão foi recebida com críticas dentro da coalizão de centro-direita liderada pela chanceler alemã, Angela Merkel, à qual Schäuble pertence. "É o sinal errado. Não vejo a França fazendo qualquer reforma", disse Michael Stübgen, porta-voz da União Democrata Cristã, o partido de Merkel, em entrevista à revista Focus.

Já o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, também defendeu o relaxamento das metas fiscais. Em entrevista ao jornal alemão Welt am Sonntag, ele disse acreditar que "o crescimento baseado em dívida não é sustentável", mas ressalvou que o Pacto de Estabilidade "não é cego, e deve levar em conta os ciclos econômicos em cada país". Ele também afirmou que políticas rígidas de austeridade "alcançaram os limites de sua aceitação social e política".

Barroso ressalvou que o relaxamento das metas fiscais só foi possível "sob a condição de que esses países façam uma promessa firme de implementar as reformas necessárias". As informações são da Dow Jones

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaEuropaPaíses ricosUnião Europeia

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto