Bandeiras da União Europeia e da Grécia flamejam sobre o Ministério das Finanças da Grécia em Atenas: em carta a Tsipras, a até hoje ministra adjunta qualificou o 3º resgate como uma "capitulação" (Yannis Behrakis/Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2015 às 10h44.
Atenas - A ministra adjunta de Finanças, Nadia Valavani, apresentou nesta quarta-feira sua renúncia por não poder apoiar as condições vinculadas ao novo resgate.
Valavani explicou aos meios de comunicação que tinha tomado essa decisão porque considera que não é compatível ser ministro e ao mesmo tempo estar contra de uma decisão governamental.
A deputada do Syriza fez este anúncio poucas hora antes do parlamento votar o primeiro pacote de leis estipuladas com os líderes da zona do euro como condição prévia ao início de negociações sobre um terceiro resgate.
Em carta dirigida ao primeiro-ministro, Alexis Tsipras, a até hoje ministra adjunta qualificou o terceiro resgate como uma "capitulação".
Valavani justificou sua rejeição ao programa com o argumento de que as medidas que inclui não permitirão a um "povo empobrecido" se recuperar e, pelo contrário, supõem uma "lápide" que impedirá o crescimento durante "muitos anos".
Entre os demissionários figuram também o secretário-geral de Seguridade Social, Yorgos Romaniás, e o secretário-geral de Economia, Manos Manusakis.
Entre os ministros dissidentes que, por outro lado, se negam a renunciar figura o de Energia, Panayotis Lafazanis, que voltou a ressaltar hoje que não vai respaldar o acordo mas que não pensa renunciar.
Os meios de comunicação, no entanto, dão por seguro sua cessação como parte de uma ampla remodelação de governo que poderia acontecer amanhã mesmo, uma vez concluída a votação, prevista para meia-noite.