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Fazenda diz que rebaixamento é inconsistente com economia

Ministério classificou de "inconsistente" e "contraditória" com os fundamentos a decisão da agência de cortar o rating de crédito

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 24 de março de 2014 às 22h11.

Brasília - O Ministério da Fazenda classificou de "inconsistente" e "contraditória" com os fundamentos da economia brasileira a decisão da agência de classificação de risco Standard and Poor's de cortar, nesta segunda-feira, o rating de crédito do Brasil.

A agência cortou a nota da dívida soberana brasileira a "BBB-", ante "BBB", com perspectiva estável, no primeiro rebaixamento do rating brasileiro desde 2002. A agência disse que o rebaixamento reflete "a combinação da deterioração fiscal, a perspectiva de que a execução fiscal continuará fraca diante de um baixo crescimento nos próximos anos, de uma capacidade reduzida para ajustar suas políticas antes das eleições presidenciais, e do ligeiro enfraquecimento das contas externas do Brasil".

"A decisão da agência Standard & Poor's (S&P) de alterar a classificação de risco do Brasil é inconsistente com as condições da economia brasileira. A mudança anunciada é contraditória com a solidez e os fundamentos do Brasil", disse o ministério em nota.

Recheado de dados sobre a economia brasileira, o comunicado busca desqualificar a avaliação da agência sobre a piora das condições macroeconômicas do país.

"Também não procede a avaliação sobre a situação fiscal brasileira, levando-se em conta que o país tem gerado um dos maiores superávits do mundo nos últimos 15 anos." Nesse quesito, a Fazenda cita que o superávit primário de 1,9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) obtido em 2013 foi suficiente para reduzir o endividamento público. E reafirma o compromisso do governo brasileiro com a meta de superávit primário de 1,9 por cento do PIB neste ano.

O ministério também salientou que o Brasil tem baixa vulnerabilidade externa, pois "possuiu o quinto maior volume de reservas internacionais no G-20, o que corresponde a 10 vezes a dívida externa de curto prazo, por sua vez, a menor do grupo (em proporção da dívida externa total)".

"Não se justificam também as suposições quanto à trajetória do investimento no Brasil", disse o ministério, citando que o país deu início a um programa de infraestrutura que irá movimentar mais de 400 bilhões de dólares nos próximos anos.

Ao tentar descredenciar as avaliações feitas pela S&P, a nota divulgada pelo Ministério da Fazenda salienta, por outro lado, que "o próprio texto da agência distribuído para a imprensa fala com clareza que o Brasil mantém sua condição de grau de investimento".

Atualizado às 22h10min do mesmo dia, para adicionar mais informações.

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