(Ingram Publishing/Thinkstock)
João Pedro Caleiro
Publicado em 24 de junho de 2018 às 08h00.
Última atualização em 24 de junho de 2018 às 08h00.
Os ricos estão ficando muito mais ricos e muito mais rapidamente.
As riquezas pessoais em todo o mundo atingiram US$ 201,9 trilhões no ano passado, ganho de 12 por cento em relação a 2016 e o ritmo anual mais forte dos últimos cinco anos, afirmou a Boston Consulting Group em relatório divulgado na quinta-feira.
Os mercados de ações em expansão ampliaram as fortunas e os investidores de fora dos EUA tiveram um bônus na taxa de câmbio porque a maioria das moedas importantes ganhou força em relação ao dólar.
Os grupos crescentes de milionários e bilionários agora detêm quase metade da riqueza pessoal global, contra pouco menos de 45 por cento em 2012, segundo o relatório.
Na América do Norte, que tinha uma riqueza total de US$ 86,1 trilhões, 42 por cento do capital investível é mantido por pessoas com mais de US$ 5 milhões em ativos. Entre os ativos investíveis estão ações, fundos de investimento, dinheiro e títulos.
“O fato de que a riqueza mantida pelos milionários como porcentagem da riqueza total está aumentando não significa que os pobres estejam se tornando mais pobres”, disse Anna Zakrzewski, autora líder do relatório, em comunicado enviado por e-mail. “O que isso significa é que todos estão ficando mais ricos. Especificamente, acreditamos que os ricos estejam ficando mais ricos mais rapidamente.”
A grande vencedora do ano passado foi a China, que agora ocupa o segundo lugar mundial em termos de riqueza financeira após ultrapassar o Japão nos últimos cinco anos, disse Zakrzewski.
Apesar de a China ter ficado atrás apenas dos EUA em número de milionários e bilionários, o maior motor de crescimento do país asiático foi seu chamado segmento opulento, formado por quem tem US$ 250.000 a US$ 1 milhão em ativos investíveis.
“A China continuará tendo crescimento semelhante ao do passado e com isso, nos próximos cinco anos, haverá mais riqueza criada na China do que nos EUA”, disse, acrescentando que o número de milionários deve crescer quatro vezes mais rapidamente no país asiático do que nos EUA.
Sem o impulso gerado pelo enfraquecimento do dólar, o aumento da riqueza global teria sido de 7 por cento. A região que mais se beneficiou com a valorização da moeda foi a Europa Ocidental, onde um avanço de 15 por cento em dólares americanos representa 3 por cento na moeda local.
O Leste Europeu e a Ásia Central tiveram a maior concentração de riqueza no topo e os bilionários, sozinhos, detiveram quase um quarto dos ativos investíveis.
Os 28 cidadãos do Leste Europeu que aparecem no Bloomberg Billionaires Index têm uma riqueza líquida total de US$ 294 bilhões, o que inclui um ganho de US$ 3,4 bilhões até esta altura de 2018.
A riqueza também é altamente concentrada em Hong Kong, onde indivíduos com mais de US$ 20 milhões detêm 47 por cento das riquezas investíveis.
O dinheiro depositado em fundos de investimento e ações negociadas em bolsa tiveram os maiores ganhos e os títulos foram a única classe de ativos básicos a registrar crescimento negativo no ano passado, com queda de 7 por cento.