Manifestantes carregaram uma bandeira gigante de 2.300 metros pelas ruas da capital síria (AFP)
Da Redação
Publicado em 15 de junho de 2011 às 11h10.
Cairo - Milhares de pessoas participaram nesta quarta-feira de uma manifestação em Damasco em apoio ao regime do presidente Bashar al Assad, enquanto continua a repressão do Exército aos protestos dos opositores na província setentrional de Idlib.
A rodovia de Mezzeh, na capital, apareceu coberta por uma enorme bandeira síria, segundo as imagens divulgadas pela televisão estatal.
Os milhares de participantes se manifestaram a favor da união nacional e expressaram sua rejeição à intromissão estrangeira nos assuntos internos da Síria.
"Com sangue e espírito te salvamos Bashar", diziam alguns manifestantes, muitos dos quais carregavam fotografias de Assad.
Segundo a agência oficial "Sana", a campanha foi lançada por grupos de jovens e milhares de pessoas participaram dos protestos.
Um dos organizadores, Rabi Dibeh, disse à agência que a campanha foi iniciada com o hino nacional e que foi feito um minuto de silêncio para "homenagear os mártires civis e do Exército".
Coincidindo com esta manifestação de apoio ao regime, os grupos opositores denunciaram que a repressão continua em várias cidades da província de Idlib, onde a violência dos últimos dias obrigou mais de 8,5 mil sírios a buscar refúgio na Turquia.
Segundo os Comitês de Coordenação Locais, cerca de 40 veículos militares chegaram nesta quarta-feira a uma cidade situada a 10 quilômetros de Yisr al Shugur, onde o Exército irrompeu no último dia 12 de junho.
A televisão síria informou que milhares de moradores de Yisr al Shugur retornaram a esta localidade depois que a situação ficou mais calma.
Além disso, a televisão anunciou a descoberta de uma nova vala comum, a segunda encontrada na região, com corpos de membros da Polícia e do Exército assassinados por supostos grupos armados.
Nenhuma dessas informações pode ser confirmadas de forma independente devido ao forte controle das autoridades, que expulsaram, detiveram, ameaçaram e torturaram diversos jornalistas.
Desde o início da revolta na síria, mais de 1,1 mil pessoas morreram e mais de 10 mil foram detidas, segundo informou nesta quarta-feira a Alta Delegacia da ONU para os Direitos Humanos.