Economia

Microcréditos estimulam economia emergente de favelas

Com a emergente classe C, surgiram vários negócios como barbearias, oficinas mecânicas, restaurantes e lojas de roupas, estimulados pelo empréstimo bancário


	Favela do Mandela, na zona norte do Rio: Empreendedores que não têm acesso aos mecanismos tradicionais de crédito encontram uma oportunidade
 (Vladimir Platonow/Abr)

Favela do Mandela, na zona norte do Rio: Empreendedores que não têm acesso aos mecanismos tradicionais de crédito encontram uma oportunidade (Vladimir Platonow/Abr)

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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2012 às 20h03.

Rio de Janeirp - A concessão de microcréditos no Brasil, com quantias que variam entre R$ 500 e R$ 20 mil, vem impulsionando os pequenos comerciantes em favelas e bairros de baixa renda de todo o país.

Com a emergente classe C, surgiram vários negócios como barbearias, oficinas mecânicas, restaurantes e lojas de roupas, estimulados pelo empréstimo bancário de pequenas quantias.

Percebendo o sucesso dessas iniciativas, vários bancos criaram linhas de microcréditos e, alguns, como o Santander e o Bradesco, abriram agências em favelas do Rio de Janeiro para atender à nova clientela.

Empreendedores que não têm acesso aos mecanismos tradicionais de crédito encontram, nessa transação bancária, uma oportunidade de começar novos negócios ou melhorar os que já têm.

Um exemplo desse desenvolvimento econômico é o de Edinalva Teixeira, de 40 anos, mãe de cinco filhos e moradora da periferia de São Paulo.

Edinalva explicou à Agência Efe que pediu um crédito de R$ 1 mil, há dois anos, para poder abrir uma loja de artigos de beleza e presentes na garagem de sua casa.

''Não tinha dinheiro para investir, mas tinha muita vontade de trabalhar'', disse, acrescentando que não podia procurar empregos que a afastassem de casa, por conta de seus filhos.

A comerciante renovou o crédito a cada seis meses para poder comprar mercadorias, pintar a loja, instalar um portão automático e outras melhorias para impulsionar seu negócio.


Em um relatório recente, a Câmara de Comércio do Rio de Janeiro mostrou que desde a implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), o número de pontos comerciais aumentou 26%.

O estudo mostrou, ainda, que os donos dos estabelecimentos relatam que suas vendas aumentaram de 32% a 46%.

Marcelo de Melo é um desses pequenos empreendedores, e deixou de vender doces e flores a pé ao conseguir um microcrédito de R$ 7 mil para comprar uma caminhonete com que vende frutas frescas na Rocinha, no Rio.

''A Rocinha é como uma mãe, aqui se vende de tudo. Mas quem não cresce, desaparece'', disse Melo.

A diretora-executiva de Desenvolvimento Sustentável do Santander no Brasil, Maria Luisa Pinto, afirmou que 80% dos microcréditos concedidos são renovados pelos clientes.

Segundo seus próprios dados, o Santander é o segundo operador de microcrédito do país e o primeiro entre os bancos privados.

A diretora afirmou que a inclusão social e financeira é um dos eixos de sua política e considera que o tema deve estar inserido em sua responsabilidade social.

O Santander abriu pontos comerciais em locais como o Complexo do Alemão, conjunto de favelas do Rio que foi tomado pelo exército e pela polícia em novembro de 2010, assim como em outros bairros dos estados de Pernambuco e São Paulo.

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