O acordo com o Brasil e o resto das nações do Mercosul está vigente desde 2003 e afeta veículos leves e autopeças (Marco de Bari/Quatro Rodas)
Da Redação
Publicado em 15 de março de 2012 às 18h58.
Cidade do México - O México propôs ao Brasil uma suspensão temporária - amparada em um protocolo - do acordo comercial no setor automotivo, disse o ministro de Economia mexicano, Bruno Ferrari, que espera obter uma resposta das autoridades brasileiras ainda nesta quinta-feira.
Os dois países estão revisando este acordo, conhecido como ACE 55, a partir das preocupações expressadas pelo Brasil pelo aumento das importações do México e os possíveis danos causados à indústria automotiva brasileira.
A posição do México nas negociações com os ministros brasileiros das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, é que 'prevaleça a existência do ACE 55', garantiu o ministro mexicano.
Ferrari e a chanceler mexicana, Patricia Espinosa, se encontraram ontem com Patriota e Pimentel na Cidade do México para continuar as negociações em nível ministerial que começaram no dia 28 de fevereiro em Brasília.
Em declarações à imprensa, o ministro de Economia mexicano explicou que o protocolo seria uma 'solução temporária que não faria parte do ACE 55, mas seria uma modificação do mesmo'.
Ferrari, no entanto, não detalhou os termos desse protocolo nem como ficariam os níveis da troca comercial no setor automotivo entre México e Brasil, nem se seriam estendidas também ao resto das nações do Mercosul (Argentina, Paraguai e Uruguai), também englobados no ACE 55.
O ministro mexicano ressaltou a importância de que, uma vez terminado o 'parêntese' do protocolo, 'volte a funcionar o ACE 55' nos termos que foram negociados há muito tempo e 'que têm que servir para os dois países, não apenas para um'.
Ferrari assinalou que hoje realizará outra reunião com os ministros brasileiros, que 'têm que pedir autorizações' para dar uma resposta à proposta mexicana.
Insistiu ainda que o México tem uma postura 'muito clara' na qual está buscando não só o crescimento das duas economias, mas de toda a região.
A indústria automotiva mexicana manifestou nesta semana sua disposição de aceitar cotas em suas exportações ao Brasil, sempre e quando forem em um prazo não superior a três anos.
O México admite que teve um grande superávit na balança comercial do setor automotivo no ano passado, mas alega que, desde a entrada em vigor do acordo, em 2003, acumula um déficit próximo a US$ 10 bilhões.
O acordo com o Brasil e o resto das nações do Mercosul está vigente desde 2003 e afeta veículos leves e autopeças.