O Metallica tem três décadas de história. Começou em 1981 com um grupo de músicos que queria tocar covers de Tygers of Pan Tang, Diamond Head e Iron Maiden (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 25 de maio de 2012 às 23h21.
Lisboa - Um tridente de clássicos roqueiros, Metallica, Evanescence e Sepultura, arrastou na noite desta sexta-feira os devotos do metal para a abertura da quinta edição do Rock in Rio Lisboa.
Convincentes e estrondosos, os três grupos inauguraram o retorno à capital portuguesa do festival que começou no Rio de Janeiro de 1985 e que é hoje considerado um dos maiores ímãs musicais de público.
A lendária banda americana Metallica voltou a atrair uma legião de fãs incondicionais para o show final da noite. Segundo os organizadores, o público desta sexta-feira chegou a 42 mil, dos quais 76% compareceram apenas para ver e ouvir a banda de Los Angeles.
Com 30 anos de metal em suas veias, os fundadores do grupo, James Hetfield e Lars Ulrich, estremeceram o Palco Mundo lisboeta. Os acordes pesados e a bateria furiosa dos californianos hipnotizou o público durante duas horas e meia de show, que repassou os grandes sucessos de seus 11 discos de estúdio.
Em resposta, a maré de fãs vestidos de preto berrou enlouquecida, com mãos em chifre, cantando religiosamente as letras obscuras da endiabrada banda americana.
A simbólica 'Hit the lights', um dos primeiros trabalhos compostos pelos criadores da banda em seus primórdios, rememorou suas origens e o som mais 'Metallica' dos anos 80.
Essa fúria incontrolável ressurgiu junto ao lado mais transgressor em 'Hell and Back', acompanhado das inconfundíveis risadas diabólicas de Hetfield.
Expostos seus pilares fundadores, a banda se deixou levar e interpretou 'Master of Puppets', o single que deu nome ao terceiro disco de estúdio da banda, um dos primeiros sucessos de venda.
No meio do show, foi a vez dos pesos-pesados dos anos 90 com 'The Black Album' como fio motor. Com solenidade clássica, o vocal grave de Hetfield e a poderosa bateria de Ulrich marcaram a doce e tenebrosa 'Nothing Else Matters', um dos hinos aplaudidos e vitoriados da noite.
Mas sem decair nem um segundo a magia metálica, com o apoio de fogos de artifício e labaredas nos extremos do palco, seguiram até o fim 'Sad but True', 'Unforgiven', 'My Friend of Misery' e, especial, a imperiosa 'Enter Sandman'.
O Metallica, que já participou do Rock in Rio de Lisboa em 2008 e 2010, voltou a fazer jus ao nome do tradicional 'dia do metal' do evento, que precede ao rock e ao grunge deste sábado, a cargo de Smashing Pumpkins, Linkin Park e The Offspring.
O aperitivo desta sexta-feira na Cidade do Rock ficou a cargo do Sepultura. Acompanhada da percussão francesa de Les Tambours du Bronx, a banda de Belo Horizonte abriu o festival com 'Mixture', do álbum 'Kairos', o 12º trabalho do grupo.
Já o Evanescence se apresentou por volta da meia-noite (horário local) e cedeu todo seu protagonismo à poderosa voz de Amy Lynn Lee, vestida com um pomposo traje preto com saia de dançarina e botas escuras, coincidindo com os ecos obscurantistas de suas letras.
Os outros quatro palcos da Cidade do Rock lisboeta tiveram apresentações paralelas, bandas de rock emergentes e sessões de eletrônica a cargo de DJs como o duo londrino Chase & Status, o belga Lektroluv e o trio curitibano Life is a Loop.
A Cidade do Rock se transformou neste ano em quase um parque de diversões, com roda-gigante e um cabo de aço em funcionamento durante toda a noite. Dezenas de barracas de fast-food, áreas de descanso e uma peculiar recriação do berço do blues, Nova Orleans, deram ao festival uma aparência mais familiar e de entretenimento.
O Rock in Rio Lisboa termina no próximo dia 3 e terá ainda destaques como Lenny Kravitz, Stevie Wonder, Bryan Adams e Bruce Springsteen. EFE