(Rodolfo Buhrer/Reuters)
Reuters
Publicado em 4 de abril de 2019 às 12h02.
Última atualização em 4 de abril de 2019 às 13h46.
São Paulo — A indústria brasileira de veículos teve queda na produção do primeiro trimestre sobre o mesmo período do ano passado, depois que o volume de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus montados em março caiu nas comparações mensal e anual, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pela associação que representa o setor, Anfavea.
A produção de veículos em março caiu 6,4% sobre o curto mês de fevereiro e recuou 10,1% na comparação com um ano antes, para 240,5 mil unidades.
Com isso, no primeiro trimestre, a produção acumulou queda de 0,6% sobre os três primeiros meses de 2018, para 695,7 mil veículos.
As vendas, por outro lado, subiram 5,3 por cento em março sobre fevereiro e avançaram 0,8% na comparação anual, a 209,2 mil unidades. No trimestre, os licenciamentos tiveram alta de 11,4%, para 607,6 mil veículos, segundo os dados da Anfavea.
O presidente da Anfavea, Antonio Megale, afirmou que a queda na produção de veículos em março se deve ao recuo das exportações, à greve que atingiu uma das montadoras (Ford, em São Bernardo do Campo) e às enchentes que interromperam a operação de outra empresa (Mercedes-Benz, também em São Bernardo).
O recuo das exportações, no entanto, tem sido o principal limitador da produção desde o início do ano, em razão da crise da Argentina, principal destino das exportações de veículos brasileiros.
"O primeiro semestre do mercado argentino está absolutamente comprometido. Esperamos que comece a melhorar depois disso", afirmou Megale.
A retração das exportações, inclusive, neutralizou o aumento das vendas no mercado doméstico no primeiro trimestre. Enquanto as vendas internas cresceram 11,4%, as exportações caíram 42%.
Com isso, a produção no trimestre está praticamente estável em relação ao primeiro trimestre do ano passado, com queda de 0,6%.
Megale, com isso, afirmou em coletiva de imprensa nesta quinta-feira que a Anfavea terá de revisar para baixo a sua previsão para exportações em 2019. Por enquanto, a associação prevê queda de 6,2%, para 590 mil unidades.