Economia

Mesmo com chuva, reservatório de Furnas segue em baixa

Mesmo com o verão - o melhor período das chuvas - caminhando para o fim, o reservatório viu o volume de água baixar mais de um metro e meio em duas semanas


	Medidor do reservatório da usina hidrelétrica de Furnas: Furnas foi a primeira hidrelétrica a ser construída pela companhia de quem ela herdou o nome
 (Reuters/Paulo Whitaker)

Medidor do reservatório da usina hidrelétrica de Furnas: Furnas foi a primeira hidrelétrica a ser construída pela companhia de quem ela herdou o nome (Reuters/Paulo Whitaker)

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Da Redação

Publicado em 7 de março de 2014 às 18h27.

Franca - A seca do Lago de Furnas vem causando prejuízo a dezenas de municípios do Sul de Minas Gerais, onde está localizado, e deixando o sistema elétrico brasileiro em alerta.

Responsável pela geração de 17,46% da energia consumida nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, o reservatório da Usina de Furnas, a principal das que operam no lago, segue em queda acentuada.

Mesmo com o verão - o melhor período das chuvas - caminhando para o fim, o reservatório viu o volume de água baixar mais de um metro e meio em duas semanas e perder 14% de seu índice em pouco mais de um mês. Hoje, Furnas opera com somente 32,3% de sua capacidade, segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema), contra 46,26% do primeiro dia de fevereiro.

A Usina Hidrelétrica de Furnas foi a primeira a ser construída pela companhia de quem ela herdou o nome. Ela é uma das quatro usinas que operam no Rio Grande. Entre as demais a situação é mais crítica em Água Vermelha, que funciona hoje com apenas 19,77% de sua capacidade, e Marimbondo, cujo nível está em 20,13%.

A Bacia do Rio Grande é responsável por 25,8% do fornecimento de energia ao Sudeste e Centro-Oeste. Hoje, o Lago de Furnas está 10 metros abaixo do nível máximo. E, se de um lado existe a preocupação com relação à produção de energia nas usinas, de outro o represamento da água com esta finalidade é sentido diretamente pelos municípios que dependem economicamente do rio.

Desemprego

Com a seca no lago pousadas, hotéis, restaurantes e outros negócios que sobrevivem graças a sua água se preparam para dias difíceis. A pesca e a navegação quase que deixaram de existir em muitos locais com a estiagem. Isso porque a represa se tornou perigosa em determinados pontos para as embarcações, enquanto que pescar às suas margens está ficando complicado com a falta de água.

"Ainda estou trabalhando, mas muitos colegas aqui da região já pararam", conta Fábio Maciel, dono da Pousada da Garça, no município de Fama (MG), que ainda consegue oferecer a pesca esportiva aos turistas. Mas ele mesmo diz que a expectativa é que o lago esteja seco dentro de 40 dias. "Aí, tudo por aqui vai fechar e muitas pessoas serão prejudicadas", prevê.

A última vez que a represa secou foi em 2001, ano em que o sistema elétrico brasileiro ficou à beira do colapso com o chamado "apagão". Maciel lembra que na época as pousadas também fecharam, mas muitas conseguiram reabrir menos de dois meses depois. "Espero que dessa vez, também, a reabertura não demore", disse.

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