Economia

Merkel sugere que euro está muito baixo para Alemanha

"Temos no momento na zona do euro claro um problema com o valor do euro", disse Merkel numa menção incomum sobre política cambial

Angela Merkel: "o BCE possui uma política monetária não orientada para a Alemanha", disse (Kacper Pempel/Divulgação)

Angela Merkel: "o BCE possui uma política monetária não orientada para a Alemanha", disse (Kacper Pempel/Divulgação)

R

Reuters

Publicado em 18 de fevereiro de 2017 às 11h36.

Munique - A chanceler alemã Angela Merkel sugeriu neste sábado que o euro está muito depreciado para a Alemanha, mas deixou claro que Berlim não tem poder para resolver o problema pois a política monetária é determinada pelo Banco Central Europeu, que é independente.

Merkel fez seus comentários na Conferência de Segurança de Munique, com a presença do vice-presidente dos Estados Unidos Mike Pence. Eles pareciam destinados a abordar as recentes críticas de um consultor de comércio ao presidente Donald Trump, que acusou a Alemanha de lucrar com um euro "grosseiramente desvalorizado".

"Temos no momento na zona do euro claro um problema com o valor do euro", disse Merkel numa menção incomum sobre política cambial.

"O BCE possui uma política monetária não orientada para a Alemanha, em vez disso, é adaptada (para países) de Portugal a Eslovênia ou Eslováquia. Se ainda tivéssemos o marco (alemão) ele teria com certeza o valor diferente do que o euro tem no momento. Mas essa é uma política monetária independente sobre a qual eu não tenho influência como chanceler alemã."

O euro caiu quase 25 por cento ante o dólar nos últimos três anos, alcançando a mínima de 1,034 dólar em janeiro. Ele subiu desde então para aproximadamente 1,061 dólar.

(Reportagem de Noah Barkin e Andrea Shalal)

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaAngela MerkelCâmbioEuroEuropaPolítica cambial

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto