'A solidez, o crescimento e a solidariedade são as bases deste novo pacote de resgate', afirmou Merkel sobre a nova ajuda financeira para a Grécia (Angelika Warmuth/AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de fevereiro de 2012 às 13h30.
Berlim - A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou nesta segunda-feira que as 'oportunidades' abertas pela aprovação do segundo resgate à Grécia superam os 'riscos' envolvidos, mas reconheceu que pode não ser a solução definitiva.
'Ninguém pode dar uma garantia de êxito de 100%', afirmou Merkel, que considera que é preciso um caminho 'longo' e 'não isento de perigos' para a estabilização da economia helena.
A chefe do Governo alemão fez estas declarações no Bundestag (Parlamento federal), no debate anterior à votação do legislativo para dar sinal verde à contribuição alemã de 36 bilhões de euros ao segundo resgate grego, que chega a um total de 130 bilhões de euros.
'A solidez, o crescimento e a solidariedade são as bases deste novo pacote de resgate', afirmou Merkel sobre a nova ajuda financeira para a Grécia, que tem como objetivo reduzir a dívida pública grega até 120% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2020.
A chanceler acrescentou que seu cargo leva implícito assumir certos riscos 'mas não aventuras', e destacou que no processo de saída da crise aconteceu um avançou enorme nos últimos dois anos.
A solução da crise grega depende não apenas da Grécia, argumentou Merkel, mas também da Alemanha, do restante de países resgatados, dos periféricos com problemas de endividamento e do conjunto da União Europeia (UE).
Ela afirmou que na Grécia ainda há muito por fazer em termos de melhora da competitividade econômica, de aperfeiçoamento do sistema de arrecadação tributária, de melhora da eficiência, e de dinamização e liberalização do mercado.
'Todos têm que fazer sua parte. Em primeiro lugar, a Grécia', ressaltou Merkel.
Neste sentido, ela anunciou que a Alemanha vai 'acelerar' suas contribuições ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE), para que sua contribuição financeira de 22 bilhões de euros esteja totalmente disponível em dois anos - para 2013 - ao invés de em cinco, como estava previsto inicialmente.
A chanceler destacou os esforços reformistas que estão acontecendo em outros países da eurozona, como a Itália e a Espanha, sobre este último país ressaltou a aprovação do 'freio da dívida' constitucional e a 'exaustiva' reforma do mercado de trabalho, que segundo sua opinião será um 'impulso ao crescimento'.