Economia

Merkel diz que dívida da Grécia não será perdoada

Chanceler alemã mostrou-se, porém, aberta a tratar sobre a sustentabilidade do país se o mesmo cumprir obrigações


	"Um perdão da dívida não vai acontecer", declarou Angela Merkel
 (Stefanie Loos/Reuters)

"Um perdão da dívida não vai acontecer", declarou Angela Merkel (Stefanie Loos/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 7 de julho de 2015 às 19h19.

Bruxelas - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, assegurou nesta terça-feira que não haverá um perdão de dívida para a Grécia, embora tenha se mostrado aberta a tratar mais adiante a sustentabilidade da mesma se a Grécia cumprir suas obrigações.

"Um perdão da dívida não vai acontecer. Isto é um programa de resgate da zona do euro e não está permitido", declarou a chanceler ao término do Conselho Europeu extraordinário que aconteceu hoje em Bruxelas.

"Se for necessário, estamos dispostos, depois que a Grécia tiver cumprido suas obrigações, a falar sobre a questão da sustentabilidade", acrescentou. 

Merkel declarou ainda que "ainda não existem as condições" para iniciar as negociações sobre um terceiro programa de ajuda à Grécia, e espera que Atenas apresente "propostas detalhadas" antes de quinta-feira.

"Só posso levá-la (a proposta) ao Bundestag (parlamento alemão) e votar este programa uma vez que tenhamos propostas detalhadas sobre o programa de médio e longo prazo", comentou.

A chanceler alemã disse que na UE "estamos dispostos a fazer tudo o que possamos para proteger o euro e a zona do euro em seu conjunto", e explicou que o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras se comprometeu a apresentar uma nova proposta para receber dinheiro do Mecanismo Europeu de Estabilidade (Mede).

"Será posto sobre a mesa por escrito amanhã e depois terá que ser discutido para ver se constitui uma base suficiente para apoiar o reatamento de negociações. Esperamos que, no mais tardar, o governo grego apresente suas propostas na quinta-feira", disse Merkel.

"As condições que tínhamos em vigor para o FEEF (Fundo Europeu de Estabilidade Financeira) já não existem, este programa terminou e o que necessitamos agora é um programa multianual que vá muito além do programa que discutimos há dez dias, porque este só chegaria até novembro deste ano", detalhou.

Merkel esclareceu também que os chefes de Estado e de governo não só da zona do euro, mas também da UE, se reunirão no domingo "porque isto é uma questão que afeta todos os países que não são ou ainda não são membros da zona do euro".

"Restam poucos dias para discutir o que vai acontecer no futuro", disse a líder alemã, ao mesmo tempo em que reconheceu que a discussão de hoje foi "muito séria" e que, embora todos respeitem o resultado do referendo grego, ainda existem outros 18 países no euro. 

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