Temer: "progredimos, e muito, nas negociações do Mercosul com a União Europeia" (Adriano Machado/Reuters)
Reuters
Publicado em 21 de dezembro de 2017 às 17h02.
Brasília - O presidente Michel Temer afirmou na tarde desta quinta-feira, após a Cúpula do Mercosul, que o bloco está "muito preparado" para fechar o acordo com a União Europeia em breve, embora não tenha falado em prazos.
"Eu creio que está tudo muito preparado para, sob a presidência do presidente do Paraguai, o Mercosul consiga fechar em definitivo o acordo com a União Europeia que é uma coisa que data de mais de 22 anos", disse.
O Brasil deixa a presidência pró-tempore do bloco em favor do presidente paraguaio, Horacio Cartes.
Mais cedo, na abertura do evento, Temer havia dito que houve um progresso nas negociações para se fechar um acordo com UE.
"Também progredimos, e muito, nas negociações do Mercosul com a União Europeia. Pela primeira vez em 20 anos de tratativas, há perspectiva realista de que se conclua um acordo abrangente e equilibrado que todos buscamos", destacou.
Em dois momentos, Temer elogiou o presidente da Argentina, Maurício Macri, pela recém-aprovação da reforma da Previdência no país vizinho e disse que vai atuar no Brasil para também fazê-la avançar. A votação da proposta, no país, foi adiada desta semana para o dia 19 de fevereiro.
"Aqui no Brasil, sabem, nós estamos fazendo muitas reformas, e até aproveito para dizer que uma das próximas reformas a serem levadas adiante é a reforma da Previdência, e quero cumprimentar a Argentina, o presidente Maurício Macri, que conseguiu uma expressiva vitória em torno da reforma da Previdência no seu país", disse Temer, na abertura do evento.
"Aproveito mais uma vez o presidente Macri para cumprimentá-lo pela reforma da Previdência. Sabe que nós estamos empenhados nisso aqui, no Brasil, e tenho certeza que nós vamos seguir o exemplo da Argentina de responsabilidade em realizar uma reforma no sistema previdenciário", afirmou, antes de oferecer um almoço no Palácio do Itamaraty.
O presidente fez questão de ressaltar que o isolamento vai na contramão do desenvolvimento e que, com essa convicção, a bloco consolidou e ampliou a agenda de negociações externas.
Temer fez uma defesa enfática da democracia, que foi reconquistada na região "com grande custo". Para ele, cabe aos integrantes do bloco defendê-la, medida que não significa impor um ponto de vista.
O presidente disse que o pluralismo é da própria democracia e que é preciso manter os compromissos assumidos ao Mercosul no momento em que "direitos fundamentais" foram postos em xeque na região.
"Por isso que quando suspendemos em comum acordo a Venezuela do Mercosul era uma medida que se impõe. Estamos e continuaremos a estar ao lado da liberdade de expressão, da separação dos Poderes, dos direitos humanos. Queremos, aliás, que a nação venezuelana, de volta à democracia, possa também voltar ao Mercosul onde será recebida naturalmente de braços abertos."