Economia

Mercosul e Efta concluem negociações para acordo de livre comércio

"Mais uma grande vitória de nossa diplomacia de abertura comercial", disse Bolsonaro em postagem na rede social

Bolsonaro (Adriano Machado/Reuters)

Bolsonaro (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 23 de agosto de 2019 às 17h47.

Última atualização em 23 de agosto de 2019 às 18h48.

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro, afirmou no Twitter que o Mercosul concluiu nesta sexta-feira, 23, negociações para um acordo de livre comércio com o bloco Efta, que reúne Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein.

"Mais uma grande vitória de nossa diplomacia de abertura comercial", disse Bolsonaro em postagem na rede social, acrescentando que o Efta tem PIB de 1,1 trilhão de dólares e é o "9° maior ator comercial do mundo".

Bolsonaro não deu detalhes sobre os termos do acordo, que serão explicados posteriormente pelas delegações dos dois blocos.

O pacto ocorre depois do tratado negociado entre Mercosul e União Europeia (UE), anunciado em julho. O acordo, porém, está sob risco devido aos incêndios na Amazônia. Os governos de França e Irlanda ameaçaram não ratificá-lo caso Bolsonaro não se comprometa a mudar sua política ambiental para a região.

Os quatro países que integram a área de livre-comércio da EFTA representa um mercado de 14 milhões de pessoas. Em conjunto, o Mercosul exporta cerca de US$ 3 bilhões por ano ao bloco.

Fontes do governo brasileiro disseram à Agência Efe que o acordo com a EFTA foi facilitado em parte pela conclusão das longas negociações com a UE, que se estenderam por quase 20 anos. O acordo representa um "excelente cartão de visitas" para o Mercosul.

O ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, já tinha antecipado que esperava concretizar o acordo com o EFTA no segundo semestre deste ano, quando o Brasil assumiria a presidência rotativa do Mercosul.

CNI

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) comemorou, por meio de nota, a conclusão do acordo de livre-comércio entre Mercosul e os países da Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), países que não integram a União Europeia.

Segundo a CNI, o acordo é um "passo importante na estratégia de abertura comercial do Brasil e na maior inserção internacional da indústria". O diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi, afirma que o EFTA tem economias importantes, que, juntas, importam cerca de US$ 400 bilhões, valor superior às importações do Mercosul. "O acordo deve abrir o mercado para produtos importantes do Brasil, que atualmente enfrentam tarifas como alumínio, laminados de ferro, produtos químicos, autopeças além de aumentar cotas para os produtos agrícolas como carne", diz o diretor na nota enviada pela CNI.

Abijaodi afirma que é importante manter abertura por meio de acordos comerciais, para que o País consiga abrir o mercado com previsibilidade, gerando ganhos para a exportação.

De acordo com a CNI, atualmente, as exportações brasileiras para os países do EFTA estão no menor nível da última década. Em 2014 segundo dados divulgados pela entidade, o Brasil chegou a vender US$ 3,3 bilhões, valor que caiu para US$ 1,8 bilhão em 2018. "A expectativa é de que o acordo possa reverter esse cenário. Os principais produtos com oportunidades são: carnes bovinas, preparações alimentícias, óleos de soja, autopeças, papel e cartão", diz a CNI.

A entidade destaca ainda que o acordo entre os blocos abre espaço no comércio de serviços. Os países do EFTA, segundo a CNI são o terceiro maior parceiro do Brasil em serviços, atrás apenas dos Estados Unidos e da União Europeia.

(Com Reuters, Estadão Conteúdo e EFE)

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