Economia

Mercosul deve "ajustar parte jurídica", diz Mujica

Montevidéu- O Mercosul deve "ajustar parte jurídica" à sua realidade para solucionar os problemas internos que impedem que as diferenças entre seus membros sejam decididas pela institucionalidade do bloco, disse o presidente uruguaio, José Mujica, neste sábado a um meio local. O bloco regional deve "ajustar a parte jurídica no possível ao que somos hoje […]


	José Mujica: o presidente destacou que o "Mercosul tem um problema interno e tem que revisar a si mesmo sobre o que continua vigente e o que não continua vigente"
 (AFP / Ricardo Rey Fernandez)

José Mujica: o presidente destacou que o "Mercosul tem um problema interno e tem que revisar a si mesmo sobre o que continua vigente e o que não continua vigente" (AFP / Ricardo Rey Fernandez)

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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2014 às 08h38.

Montevidéu- O Mercosul deve "ajustar parte jurídica" à sua realidade para solucionar os problemas internos que impedem que as diferenças entre seus membros sejam decididas pela institucionalidade do bloco, disse o presidente uruguaio, José Mujica, neste sábado a um meio local.

O bloco regional deve "ajustar a parte jurídica no possível ao que somos hoje e não ao que sonhamos que deveríamos ser, acho que isto merece uma discussão", destacou Mujica ao telejornal Teledía, do Canal 4 de Montevidéu.

O presidente destacou que o "Mercosul tem um problema interno e tem que revisar a si mesmo sobre o que continua vigente e o que não continua vigente".

"Temos sistemas estabelecidos juridicamente de dirimir nossas diferenças e conflitos que na verdade não funcionam e não podemos aplicar. Seria mejor que nos entendamos e se estes mecanismos não servem tentemos construir outros que sejam flexíveis, que respondam mais à época atual", reforçou.

"O que não podemos continuar é com uma espécie de mentira institucional, temos uma letra mas vamos por outro caminho", acrescentou.

Meses atrás, a Argentina proibiu a transferência de carga de mercadorias em portos uruguaios, em uma medida que Montevidéu considerou uma represália à sua decisão de autorizar o aumento da produção de uma fábrica de celulose, que no passado levou os dois países à Corte Internacional de Justiça de Haia (CIJ).


Em novembro, o Uruguai apresentou uma queixa perante o Mercosul - bloco regional que integra junto com Brasil, Argentina, Paraguai e Venezuela -, mas ainda não teve resposta.

A medida adotada por Buenos Aires provoca perdas milionárias ao porto de Montevidéu.

"Muitas vezes, a diplomacia presidencial direta tende a substituir o que não funciona e que deveria funcionar, que é a diplomacia institucional acordada", destacou.

Dias atrás, Mujica reconheceu que a relação com a Argentina está "trancada" e reiterou sua vontade de retomar o diálogo com sua colega, Cristina Kirchner, em uma reunião que poderia se concretizar na próxima cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) que será celebrada em Havana a partir de 28 de janeiro.

Outro possível encontro entre os dois presidentes poderia ocorrer na cúpula do Mercosul, prevista para 31 de janeiro, em Caracas.

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