Economia

Mercosul cumprirá exigências ambientes do acordo com a UE, diz Argentina

O ministro do Meio Ambiente da Argentina não acredita que as ideias do governo Bolsonaro sobre meio ambiente possam suspender a ratificação do acordo

Meio Ambiente: o governo brasileiro tem sido pressionado sobre os recentes incêndios na Amazônia (Ueslei Marcelino/Reuters)

Meio Ambiente: o governo brasileiro tem sido pressionado sobre os recentes incêndios na Amazônia (Ueslei Marcelino/Reuters)

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EFE

Publicado em 22 de agosto de 2019 às 16h35.

Última atualização em 22 de agosto de 2019 às 16h39.

Salvador — O ministro de Meio Ambiente da Argentina, Sergio Bergman, afirmou nesta quinta-feira que o Mercosul está avançando para a ratificação do acordo de livre-comércio com a União Europeia e está disposto a cumprir com os compromissos em matéria ambiental, apesar das diferenças dentro do bloco.

"Estamos avançando no acordo e vamos cumpri-lo também em matéria ambiental", afirmou Bergman em declarações aos jornalistas no marco da Semana do Clima na América Latina e no Caribe realizado na cidade de Salvador (Bahia).

Questionado sobre as polêmicas propostas e declarações do presidente Jair Bolsonaro, Bergman descartou a possibilidade de que as propostas do governo brasileiro em matéria meio ambiental possam suspender a ratificação do acordo entre a UE e o Mercosul.

"O Brasil assinou e é um ator protagonista da troca comercial. Por exemplo com a UE, a UE não vai permitir uma comercialização sem padrões ambientais certificados (...) Me preocuparia se a posição do Brasil ou de um país latino-americano fosse: não quero assinar com a UE porque não estou disposto. Isso sim seria um problema", afirmou o ministro argentino.

"Não só assinamos, mas estamos trabalhando antecipadamente sobre como nos próximos dez anos o Mercosul vai se ajustar aos padrões ambientais que a Europa requer para o comércio. Dentro das declarações (de Bolsonaro), que eu respeito, temos que nos respeitar, o que me preocupa são as ações convincentes", acrescentou.

As negociações para a ratificação do acordo foram abordadas ontem durante uma reunião entre ministros e representantes de Meio Ambiente do Mercosul, mas o titular brasileiro, Ricardo Salles, não participou porque viajou para o estado de Mato Grosso para acompanhar os incêndios na Amazônia.

Para Bergman, apesar das diferenças ideológicas e de pensamento entre os diversos países do bloco integrado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, há um "mínimo comum denominador" que deve ser assumido por todos.

"Temos que assumir que temos uma agenda latino-americana de ajudar nossos povos ao desenvolvimento e o desenvolvimento será sustentável a partir de agora", acrescentou.

Bergman participou nesta quinta-feira de uma conferência realizada no marco da Semana do Clima na América Latina e no Caribe contra a mudança climática e onde foi apresentada uma declaração conjunta dos quatro ministros de Meio Ambiente do Mercosul.

Os ministros dos quatro países ressaltaram os esforços para adaptar e diminuir a mudança climática e registraram a "necessidade de financiamento para as ações de mitigação e adaptação nos países de América Latina e do Caribe".

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