Economia

Mercados reagem bem à decisão do FED, diz Tombini

BC dos Estados Unidos surpreendeu investidores, o que fez os ativos brasileiros a registrarem um forte desempenho nesta quarta


	Tombini: "mercados reagem favoravelmente e moedas se fortalecem em relação ao dólar americano neste momento", disse
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Tombini: "mercados reagem favoravelmente e moedas se fortalecem em relação ao dólar americano neste momento", disse (REUTERS/Ueslei Marcelino)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2013 às 20h20.

Para Tombini - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta quarta-feira que os mercados estão reagindo bem à decisão do Federal Reserve, banco central norte-americano, de manter as compras de títulos em 85 bilhões de dólares por mês para estimular a economia dos Estados Unidos.

"Os mercados reagem favoravelmente e moedas se fortalecem em relação ao dólar americano neste momento", disse ele em audiência no Congresso nesta quarta-feira.

O BC dos Estados Unidos surpreendeu investidores, o que fez os ativos brasileiros a registrarem um forte desempenho nesta quarta-feira. O dólar encerrou a quarta-feira no menor nível de fechamento desde o fim de junho, ficando pouco acima de 2,19 reais.

Tombini voltou a dizer que o câmbio flutuante continua sendo o melhor regime para proteger a economia brasileira de choques adversos internos e externos. E reforçou que a autoridade monetária possui "um rol de instrumentos" para conter os efeitos da desvalorização do real frente ao dólar.

Ele disse que, após o período mais agudo da volatilidade dos mercados em meados de agosto, o real passou a se valorizar em parte devido à adoção do programa de leilões diários de swap cambial e de venda de dólares com compromisso de recompra.

Tombini ainda disse que a política de juros será calibrada para conter o repasse da desvalorização do câmbio para os preços. "A política monetária tem que ser especialmente vigilante para que impacto do câmbio não chegue com força ao consumidor", disse.

Ele avaliou que inflação continua em patamar desconfortável, mas que deverá avançar "no sentido da convergência" para o centro da meta de 4,5 por cento.

Numa avaliação positiva da economia, o presidente do BC comentou que a expansão de 1,5 por cento do PIB no segundo trimestre representou um crescimento anualizado de 6 por cento e que o investimento aumentou pelo terceiro trimestre consecutivo.

Isso mostra, na visão dele, que os agentes econômicos podem estar mais pessimistas do que a realidade dos números.

"A percepção afeta decisões reais. Há exageros e nosso papel como autoridade monetária é insistir em nossas políticas para reverter ou fortalecer a percepção na direção correta que ajude na recuperação." Sobre a política fiscal, Tombini repetiu a ata dizendo que o balanço fiscal do setor público se desloca para a neutralidade.

"O que aconteceu entre 2012 e 2013 é que o balanço ficou expasionista.. olhando à frente entendemos que criam-se condições para que não tenhamos um balanço estrutural do setor público menor do que neste ano." (Por Luciana Otoni; Edição de Tiago Pariz)

Acompanhe tudo sobre:Alexandre TombiniBanco CentralEconomistasMercado financeiroPersonalidadesPolítica monetária

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto