A presidente da Petrobras, Graça Foster: anúncio de saída fez ações da empresa voltarem a subir (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2015 às 15h57.
Na avaliação do economista Roberto Teixeira da Costa, primeiro presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nos anos de 1970 e atual presidente da Câmara de Arbitragem do Mercado da BM&FBovespa, a repercussão da demissão da presidente da Petrobras, Graça Foster, e de diretores da estatal, do ponto de vista do mercado, foi positiva.
Com base em sua experiência em mais de 25 conselhos empresariais, Teixeira da Costa disse hoje (4) à Agência Brasil que todo negócio está baseado no fator confiança.
“Quando este fator desaparece, não adianta você ficar buscando se houve ou não responsabilidades, se houve ou não participação ou interação com o processo que aconteceu. A perda da confiança é fatal para uma empresa, para um país e para uma pessoa”, manifestou.
Destacou que, de certa maneira, a saída de Graça Foster e da diretoria da Petrobras era uma coisa previsível devido ao desgaste que a companhia estava enfrentando.
O anúncio de saída fez as ações da empresa voltarem a subir no mercado. Ontem, as ações preferenciais (sem direito a voto) da Petrobras fecharam em alta de 15,47% na BM&FBovespa.
Teixeira da Costa acredita que após o desgaste pela perda de confiança, a fase que se avizinha é a da escolha dos novos dirigentes da estatal e quais vão ser os processos de gestão e as medidas que serão tomadas.
A experiência e o "background" (conhecimento) são fatores importantes para o novo gestor da Petrobras, indicou Roberto Teixeira da Costa. É preciso saber também quais são os seus planos e como ele pretende operar, ou seja, “quais são as políticas que ele pretende adotar na empresa”.
“Preferivelmente”, o ex-presidente da CVM defendeu que o novo dirigente da Petrobras seja uma pessoa mais jovem, que traga uma visão mais contemporânea à empresa. Nomes cotados como o dos ex-presidentes da Vale, Roger Agnelli; do Banco Central, Henrique Meirelles; e da BR Distribuidora, Rodolfo Landim, são considerados “excelentes nomes” por Teixeira da Costa. “Mas preferia qualquer nome que não fosse um dos três. Não que eles não sejam bons, mas gostaria de alguma novidade, alguém que pudesse me surpreender”.
Adiantou, entretanto, que desses três nomes, “se você insistir e me torturar, diria que o melhor seria o Landim porque, pelo menos, tem o “background” da casa”.