Focus: A Selic deste ano foi mantida em 7,50% (SXC.hu)
Da Redação
Publicado em 25 de junho de 2012 às 09h07.
São Paulo - A persistente dificuldade da economia brasileira em deslanchar fez com que o mercado reduzisse pela sétima semana seguida sua expectativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), mantendo a projeção para a Selic neste ano em 7,50 por cento.
De acordo com relatório Focus do Banco Central divulgado nesta segunda-feira, o mercado cortou a previsão de crescimento do PIB de 2,30 para 2,18 por cento, ainda mais abaixo do já fraco desempenho do ano passado, quando a expansão foi de apenas 2,7 por cento.
Depois de o PIB ter crescido apenas 0,2 por cento no primeiro trimestre deste ano, comparado com os últimos três meses de 2011, a equipe econômica da presidente Dilma Rousseff já abandonou a previsão inicial de crescimento de 4,5 por cento do PIB para este ano e fala em algo em torno de 3 por cento.
A indústria é o que mais preocupa, uma vez que a produção do setor registrou a segunda queda seguida em abril, ao recuar 0,2 por cento frente a março.
Somando-se às medidas de estímulo do governo já feitas, o BC reduziu a Selic em 4 pontos percentuais desde agosto passado, para a mínima recorde de 8,50 por cento ao ano atualmente.
A expectativa é de ainda mais reduções, uma vez que ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) mostrou que a autoridade monetária deve continuar fazendo novos cortes na taxa básica de juros do país "com parcimônia" .
Para 2013, as previsões no Focus agora apontam para um PIB crescendo 4,20 por cento, depois dos 4,25 por cento da semana anterior. Já para a Selic no período, o mercado manteve a previsão em 9,00 por cento.
Inflação
O recente movimento de desaceleração da inflação dá suporte para que o BC mantenha essa política de redução da taxa básica de juros.
Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) -considerado uma prévia da inflação oficial- desacelerou para uma alta de 0,18 por cento em junho, ante variação positiva de 0,51 por cento em maio, abaixo do esperado pelo mercado.
Diante disso, o mercado continuou reduzindo suas estimativas para o IPCA no final deste ano, que passou de 5,00 para 4,95 por cento. Para 2013, a expectativa foi cortada de 5,54 para 5,50 por cento.
Ainda segundo o Focus, a taxa de câmbio prevista pelo mercado para o fim de 2012 foi mantida em 1,95 real por dólar.