Economia

Mercado espera PIB mais fraco e afrouxamento monetário na China

Economistas agora calculam uma expansão do PIB de 5,1% em 2023 em relação ao ano anterior, de acordo com a estimativa mediana da pesquisa mais recente da Bloomberg

Banco da China (BOC) (Bloomberg/Bloomberg)

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China2Brazil
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Agência

Publicado em 29 de agosto de 2023 às 17h48.

Como o cenário econômico da China não dá sinais de recuperação, analistas reduziram suas expectativas para o crescimento, preços e comércio e preveem um maior afrouxamento da política monetária.

Economistas agora calculam uma expansão do PIB de 5,1% em 2023 em relação ao ano anterior, de acordo com a estimativa mediana da pesquisa mais recente da Bloomberg. O número está abaixo da expectativa anterior de 5,2% e aproxima as projeções da meta do governo, de cerca de 5%, uma taxa vista por muitos como conservadora quando foi estabelecida em março.

O rebaixamento é atribuído em parte às projeções mais baixas de crescimento no terceiro trimestre: economistas preveem que o PIB cresça 4,4% no período de julho a setembro na comparação anual, abaixo da expectativa anterior de 4,6%. O crescimento deve se desacelerar para 4,5% em 2024, abaixo da projeção anterior de uma expansão de 4,8%.

A dinâmica de crescimento se desacelera “devido à piora do declínio do investimento imobiliário residencial e ao peso dos fracos números das exportações”, disse Mike Gallagher, diretor de pesquisa da Continuum Economics. A empresa de pesquisa vê uma expansão de 4,9% para o PIB neste ano.

A China tem 30% de chance de um “pouso forçado” em 2023, apesar dos esforços do país para estimular a economia por meio das políticas fiscal e monetária, acrescentou Gallagher.

O pessimismo coincide com dados recentes que mostram uma deterioração das perspectivas econômicas para a China. Os empréstimos bancários atingiram o nível mais baixo dos últimos 14 anos no mês passado, enquanto a deflação se instala e as exportações encolhem.

Mais estímulos na economia chinesa

Os fracos números econômicos levaram a algumas medidas por parte das autoridades chinesas. Neste mês, o Banco Popular da China (PBOC) reduziu a taxa para empréstimos de um ano, no maior corte em três anos. Mas, mesmo com esse corte na taxa de juros – o segundo deste ano – o governo de Pequim tem evitado lançar estímulos em grande escala como os implementados em crises passadas.

Economistas preveem que o PBOC reduza essa taxa básica – a chamada taxa de mecanismo de empréstimo de médio prazo – em mais 10 pontos-base nos últimos três meses do ano.

Também projetaram uma redução de 10 pontos-base na taxa preferencial para empréstimos de cinco anos, usada como referência para hipotecas. Em uma decisão que surpreendeu, o banco central não mexeu na taxa na semana passada, refletindo a dificuldade do governo em equilibrar a necessidade de garantir a estabilidade do sistema bancário com a tentativa de restaurar a confiança.

Economistas também mantiveram as projeções de que o banco central vai reduzir em 25 pontos-base neste trimestre a taxa de compulsório (RRR), ou o valor em caixa que bancos precisam manter como reservas.

As expectativas de mais auxílio também circularam na mídia estatal chinesa. O banco central pode considerar cortar a RRR no quarto trimestre para melhorar a liquidez no mercado financeiro, de acordo com reportagem publicada na primeira página do China Securities Journal nesta terça-feira, que citou analistas.

A liquidez no mercado monetário doméstico encolheu recentemente, principalmente devido à valorização dos títulos de governos locais, apesar do corte da taxa básica do PBOC no início deste mês, de acordo com a reportagem. A possibilidade de outro corte dos juros não pode ser descartada, segundo o artigo, que cita Wen Bin, economista-chefe do Minsheng Bank.

Todos os economistas consultados pela Bloomberg reduziram suas previsões para os principais indicadores. A projeção é que os preços ao consumidor subam apenas 0,7% em 2023, abaixo da estimativa anterior de 0,9%. O índice de preços ao consumidor recuou em julho pela primeira vez desde fevereiro de 2021.

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