(Pilar Olivares/Reuters)
Reuters
Publicado em 28 de setembro de 2020 às 09h12.
Última atualização em 28 de setembro de 2020 às 09h43.
O mercado elevou pela sétima vez seguida a expectativa para a inflação no Brasil este ano, depois de o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reconhecer que há pressão no curto prazo mas afirmar tranquilidade.
A pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira pelo BC mostrou que o cenário agora é de que o IPCA termine 2020 com alta de 2,05%, de 1,99% projetado na semana anterior. Para 2021 a projeção continua sendo de inflação de 3,01%.
O centro da meta oficial de 2020 é de 4% e, de 2021, de 3,75%, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Na semana passada, o BC reconheceu um descolamento grande entre a inflação ao produtor (IPA), mais alta, e ao consumidor (IPCA), mais baixa, com a diferença observada em agosto tendo sido a maior desde 2003 considerando variações em trimestres móveis, e indicou que deverá haver algum repasse ao IPCA à frente.
Mas Campos Neto afirmou que a autarquia tem posição de absoluta tranquilidade em relação à inflação, reconhecendo que há pressão no curto prazo, mas sem perspectiva de que transborde para os anos à frente.
O levantamento semanal apontou ainda que o Produto Interno Bruto (PIB) deve terminar este ano com contração de 5,04%, de uma queda de 5,05% calculada antes, crescendo 3,50% em 2021.
Com o BC repetindo que há pouco ou nenhum espaço para cortar a Selic à frente, com a alta dos juros básicos sendo descartada desde que mantido o quadro para a inflação e para a disciplina das contas públicas, a pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que permanecem as expectativas de que a Selic vai terminar este ano em 2,0% e 2021 a 2,5%.
O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, também vê a taxa básica de juros em 2,00% este ano, mas aponta que ela deve permanecer neste patamar ao final de 2021.