Carros da BMW (Graham Crouch/Bloomberg/Getty Images)
Agência
Publicado em 12 de fevereiro de 2025 às 14h42.
O mercado automotivo chinês registrou queda nas vendas em janeiro de 2025, após um desempenho expressivo no ano anterior, impulsionado por subsídios governamentais. Dados da Associação de Carros de Passageiros da China (CPCA), divulgados em 11 de fevereiro, indicam que as vendas de varejo de veículos de passageiros de categoria estreita totalizaram 1,794 milhão de unidades no primeiro mês do ano, representando uma retração de 12,1% em relação ao mesmo período de 2024.
Essa foi a segunda vez que o setor registrou uma queda de dois dígitos em um único mês, desde a retração de 20,4% em fevereiro de 2024. Especialistas atribuem a redução principalmente ao impacto do feriado do Ano Novo Chinês, que, diferentemente do ano passado, ocorreu em janeiro, afetando as transações do setor. Em 2024, com o feriado concentrado em fevereiro, o mercado registrou vendas de 2,041 milhões de unidades em janeiro.
Além disso, a ausência de novas políticas de subsídio para renovação de frota e troca de veículos no final de 2024 levou consumidores a anteciparem compras para aproveitar os incentivos já em vigor, reduzindo a demanda no início deste ano. Embora novas medidas tenham sido anunciadas em janeiro de 2025, o intervalo curto para sua implementação limitou seus impactos imediatos no mercado.
No acumulado de 2024, as vendas de veículos de passageiros mantiveram-se acima de 2 milhões de unidades a partir de setembro, encerrando o ano com um total de 22,894 milhões de unidades comercializadas. O volume representou o terceiro melhor desempenho da história do setor, atrás apenas dos anos de 2016 e 2017, quando foram vendidas 23,209 milhões e 23,780 milhões de unidades, respectivamente.
O mercado automotivo chinês iniciou 2025 com sinais de desaceleração. Além da queda de 12,1% nas vendas de varejo de veículos de passageiros em janeiro, as vendas por atacado também apresentaram retração de 0,3% em relação ao mesmo período de 2024, totalizando 2,101 milhões de unidades. As exportações, incluindo veículos montados completamente e CKD, cresceram apenas 3%, alcançando 380 mil unidades, segundo dados da Associação de Carros de Passageiros da China (CPCA).
Apesar do cenário desafiador, as montadoras chinesas de marca própria, especialmente as líderes do setor, demonstraram resiliência. As vendas de varejo das marcas domésticas totalizaram 1,09 milhão de unidades em janeiro, uma queda de apenas 2% na comparação anual, garantindo uma participação de 61% no mercado – um avanço de 5,9 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior. No mercado por atacado, a participação das montadoras nacionais atingiu 69%, um aumento de 8 pontos percentuais.
Entre as empresas que se destacaram, a Geely registrou um desempenho expressivo, superando a BYD e assumindo a liderança nas vendas de varejo no país. Com forte demanda por modelos da série Galaxy, como o Geely Star Wishes e o Geely Galaxy Starship 7, a montadora vendeu 240 mil unidades em janeiro. Esse volume não apenas estabeleceu um novo recorde para a Geely no período, mas também superou sua melhor marca anterior, de 217 mil unidades, registrada em novembro de 2024.
Embora a BYD não tenha alcançado a Geely no mês, suas vendas de varejo atingiram 200 mil unidades, consolidando sua posição no mercado. Entre as dez maiores montadoras em vendas de varejo em janeiro, apenas Geely e Chery registraram crescimento positivo em relação ao ano anterior, evidenciando a força das marcas chinesas mesmo diante de um cenário de retração do setor.