Dinheiro: o IPCA de fevereiro deve vir ainda com influência do sistema de bandeiras tarifárias sobre as contas de energia elétrica (Bruno Domingos/Reuters)
Da Redação
Publicado em 6 de fevereiro de 2015 às 13h00.
Rio - Após a alta de 1,24% em janeiro, a inflação oficial em fevereiro também deve vir pressionada, sobretudo por conta dos reajustes de bens e serviços monitorados e dos aumentos nas mensalidades escolares.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lembra que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro absorverá impactos de reajustes de energia em São Paulo; e efeitos residuais de aumentos da tarifas de ônibus urbano em Recife, São Paulo e Fortaleza; táxi em Salvador; além de ônibus intermunicipal, trem e metrô em São Paulo.
Outras pressões previstas sobre a inflação virão do aumento de 14,23% na taxa de embarque de passagens aéreas a partir de 14 de fevereiro; do repasse da elevação de impostos sobre os combustíveis; dos aumentos dos cigarros (de 7,5% a partir de 12 de janeiro); e dos reajustes de mensalidades escolares.
"Os meses de fevereiro são tradicionalmente pressionados, que é quando o IPCA apropria os reajustes das escolas. Os reajustes das escolas não são diluídos ao longo do ano, eles são concentrados em fevereiro. Além disso, tem o aumento de impostos da gasolina", lembrou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.
O IPCA de fevereiro deve vir ainda com influência do sistema de bandeiras tarifárias sobre as contas de energia elétrica, já que, assim como janeiro, o mês terá a bandeira vermelha, repassando ao consumidor o gasto maior pelo acionamento de usinas térmicas.
"Ainda temos que acompanhar a história da bandeira tarifária que pode sofrer um novo reajuste, mas em fevereiro ela continuará vermelha", afirmou Eulina.
A coordenadora do IBGE acredita que a estiagem contribuiu para que a taxa do IPCA acumulada em 12 meses ficasse acima de 7% pela primeira vez desde 2011. Quanto à manutenção desse patamar em fevereiro, Eulina avalia que depende das condições climáticas.
"Durante o ano de 2014, a taxa (em 12 meses) girou em torno de 6,5%, e agora passou para 7%. Daqui por diante, tudo vai depender da continuidade ou não desses fenômenos climáticos que são totalmente imprevisíveis", disse ela.