Economia

Menos estímulo do Fed não afetará muito o país, afirma Ipea

Segundo análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o risco externo para a economia brasileira virá dos vizinhos latino americanos


	Federal Reserve: "O ritmo de retirada de estímulos pelo Fed vai ser mais lento do que se imaginava", pontua o economista Fernando Ribeiro
 (Karen Bleier/AFP)

Federal Reserve: "O ritmo de retirada de estímulos pelo Fed vai ser mais lento do que se imaginava", pontua o economista Fernando Ribeiro (Karen Bleier/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2013 às 14h49.

Rio - Apesar da perspectiva de ritmo lento na economia brasileira em 2014, o anúncio do início da retirada de estímulos do Federal Reserve, em janeiro, não deve provocar grande abalo sobre o país.

Segundo análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o risco externo para a economia brasileira virá dos vizinhos latino americanos, em especial a Argentina, que poderá restringir ainda mais as exportações da indústria nacional.

"O ritmo de retirada de estímulos pelo Fed vai ser mais lento do que se imaginava", pontua Fernando Ribeiro, economista responsável pela Carta de Conjuntura sobre o cenário macroeconômico para 2014, publicada nesta quinta-feira, 19. "O impacto no curto prazo é mínimo, mas isso vai gerar um balanço nos mercados, sobretudo no câmbio, a cada nova decisão dos americanos", afirmou.

Nesta quinta o dólar já registrou ligeira alta, chegando a R$ 2,35 mas, segundo o economista, o impacto já estava precificado pelo mercado, que aguardava o anúncio do Fed sobre a retirada dos estímulos desde setembro. O impacto cambial, entretanto, não deve ter maiores efeitos sobre as exportações, afirma o economista. "A evidência empírica dos últimos dez anos mostra que é pequeno ou nenhum o efeito."

O país deve estar atento, segundo ele, aos vizinhos latino americanos, que também enfrentarão em 2014 um ritmo menor de crescimento. Com isso, países como Chile poderão reduzir suas importações de produtos brasileiros. É o que já acontece na Argentina, que anunciou esta semana novas restrições à importação de veículos produzidos no país.

A estimativa do Ipea é de crescimento de 3,1% PIB da região. O destaque, novamente, é a retomada do México, que crescerá 3%, após um 2013 difícil, com expansão de apenas 1,2%. "Toda a região terá um crescimento mais baixo, e por isso será necessário pensar nos acordos comerciais com outras regiões", completou o economista.

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