Economia

Governo não teve paciência com o câmbio, diz Mendonça de Barros

Para o ex-presidente do BNDES, o governo desvalorizou a moeda brasileira antes da hora

Luiz Carlos Mendonça de Barros: “Precisou de uma mulher pra ter coragem de fazer isso (mudar a poupança), porque tinha de ser mudado”, afirmou (EXAME.com)

Luiz Carlos Mendonça de Barros: “Precisou de uma mulher pra ter coragem de fazer isso (mudar a poupança), porque tinha de ser mudado”, afirmou (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2012 às 15h03.

São Paulo – Faltou paciência ao governo na questão do câmbio, segundo Luiz Carlos Mendonça de Barros, estrategista da Quest Investimentos, ex-presidente do BNDES e ex-ministro da Comunicação. Se há pouco tempo atrás o governo atuava para desvalorizar o real e evitar uma possível desindustrialização, agora a situação ocorre naturalmente.

“Não precisava ter puxado do jeito que ele (governo) puxou, o mercado naturalmente elevaria”, afirmou o ex-ministro. Hoje, apesar de ter começado o dia em queda, o dólar voltou a passar de R$ 2,00, depois de indicadores econômicos na Europa superarem as estimativas.

“O governo tem que entender que existe hoje uma dinâmica de moedas como o real que sobe e desce. O problema é que ele não teve paciência, resolveu desvalorizar antes e agora está chegando num patamar que começa a ter problema com a inflação”, afirmou Mendonça de Barros.

Já na recente mudança da regra da poupança, Mendonça de Barros concordou com a medida do governo. “Precisou de uma mulher pra ter coragem de fazer isso, porque tinha de ser mudado”, afirmou. No começo do mês, o governo anunciou novas regras para a poupança.

A diminuição de juros dos bancos é outra medida que Mendonça de Barros considerava necessária e que tráz como consequência uma queda no crédito – positiva, na visão do ex-ministro. “O crédito já estava chegando em um limite. O endividamento das famílias no brasil hoje não é bolha, mas é alto, mais alto que nos Estados Unidos”, afirmou. Para Mendonça de Barros, se o salário real continuar crescendo, o crédito deve acompanhar.

Mendonça de Barros participou hoje do seminário “Multilatinas: Internacionalização e Inovação”

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