Economia

Membros do BCE divergiram sobre momento de alta do juros, dizem fontes

Banco anunciou que "prevê" fim do programa de compra de títulos de 2,6 tri de euros em dezembro de 2018 e que juros permanecerão em seus atuais níveis

BCE: algumas autoridades defenderam linguagem mais cautelosa em relação a possível prorrogação das compras de títulos pelo banco (Foto/Getty Images)

BCE: algumas autoridades defenderam linguagem mais cautelosa em relação a possível prorrogação das compras de títulos pelo banco (Foto/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 14 de junho de 2018 às 16h42.

Frankfurt - Autoridades do Banco Central Europeu (BCE) que se reuniram nesta quinta-feira divergiram sobre a possibilidade de manter a porta mais aberta a uma nova prorrogação do programa de estímulo do banco e sobre o momento provável da primeira alta dos juros desde 2011, disseram três fontes.

O BCE anunciou que "prevê" que o seu programa de compra de títulos de 2,6 trilhões de euros terminará em dezembro de 2018 e que os juros permanecerão em seus atuais níveis baixos "durante o verão" (no hemisfério Norte) de 2019.

O presidente do BCE, Mario Draghi, disse que a decisão, o maior passo do banco na direção de acabar com o estímulo da época da crise uma década após o início da recessão econômica da zona do euro, foi unânime, uma indicação de que os dissidentes acabaram aceitando a redação proposta.

Mas algumas autoridades defenderam linguagem mais cautelosa em relação a uma possível prorrogação das compras de títulos pelo BCE, para as quais os níveis de exigência são agora bastante altos, o que significa que eventos negativos seriam necessários, disseram as fontes.

Outros, por sua vez, queriam sinalizar que os juros poderiam subir já em meados de 2019, em vez da redação aceita, completaram as fontes.

"Alguns membros gostariam de ter visto algo como 'meados do ano'", disseram as fontes. "Com a redação escolhida, ficou muito aberto."

O BCE recusou-se a comentar.

A redação final foi o resultado de uma longa discussão marcada por temores de repetição do erro do BCE em 2011, quando elevou os juros duas vezes pouco antes de uma contração e foi forçado a reverter o curso, de acordo com as fontes.

Esse foi também o motivo pelo qual ninguém contestou a redação final, completaram as fontes.

"Algumas pessoas fizeram alusão ao aumento dos juros de 2011, expressando preocupações sobre agir rápido demais", disse uma das fontes.

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