Máquinas: no quadrimestre, resultado do setor foi deficitário em US$ 5,697 bilhões (Dave Kaup/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 28 de maio de 2014 às 17h34.
São Paulo - A queda no déficit da balança comercial de máquinas e equipamentos, de 27,6% em abril na comparação com o mesmo mês do ano passado e de 20,4% nos quatro primeiros meses do ano ante o mesmo período de 2013, foi mais influenciada pela queda das importações do que pela alta das exportações, explicou o diretor de competitividade da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Mario Bernardini.
Segundo os números divulgados nesta quarta-feira, 28, pela Abimaq, o saldo da balança comercial de máquinas e equipamentos em abril foi deficitário em US$ 1,346 bilhão.
Apesar das quedas nas comparações com o ano passado, em relação a março deste ano o déficit subiu 1,5%. No quadrimestre, o resultado do setor foi deficitário em US$ 5,697 bilhões.
"É difícil falar em tendência, mas, no meu entender, as importações este ano continuarão inferiores em relação ao ano passado, mas não porque estamos vendendo mais e sim porque o Brasil está investindo menos", explica. "O bolo não está crescendo."
De acordo com a Abimaq, as importações caíram 5,3% nos quatro primeiros meses de 2014 ante o mesmo período de 2013, alcançando o montante de US$ 10,012 bilhões.
Já as exportações, na mesma base de comparação, subiram 26,7%, chegando a US$ 4,315 bilhões.
"O setor já exportou 40% acima da média da indústria e com o tempo veio perdendo espaço. Nossas exportações não são generalizadas, correspondem a 4 ou 5 empresas que investiram no país e agora não querem perder a posição alcançada", afirmou o presidente eleito da Abimaq, Carlos Pastoriza.
Segundo o executivo, as exportações brasileiras estão basicamente sendo sustentadas pelos Estados Unidos.
Na comparação do primeiro quadrimestre deste ano com o de 2013, as vendas para os norte-americanos cresceram 76%, enquanto que para a América latina, no mesmo período, caíram 7%.
"Temos a esperança de manter um nível razoável nas exportações", diz Bernardini.
O diretor de competitividade diz que outro número que corrobora a ideia de que o setor está estagnado é observar a queda de 30,6% no faturamento das vendas para o mercado interno neste quadrimestre em relação a 2013.