Economia

Melhora fiscal do Brasil em 2019 não remove desafio estrutural, diz Fitch

A agência de classificação de riscos atribui rating soberano "BB-" ao Brasil, com perspectiva estável

Fitch: agência destacou que a estabilização e a redução permanentes da carga de dívida dependerão da capacidade do governo de implementar sua agenda de reformas (Reinhard Krause/Reuters)

Fitch: agência destacou que a estabilização e a redução permanentes da carga de dívida dependerão da capacidade do governo de implementar sua agenda de reformas (Reinhard Krause/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 10 de fevereiro de 2020 às 17h30.

O desempenho fiscal melhor do que o esperado no Brasil em 2019 ocorreu em parte por fatores pontuais e taxas de juros baixas, disse a agência de classificação de risco Fitch Ratings em relatório com data desta segunda-feira, destacando que a estabilização e a redução permanentes da carga de dívida dependerão da capacidade do governo de implementar sua agenda de reforma fiscal e da força da recuperação econômica.

"Impulsionar as perspectivas de consolidação fiscal estrutural é um desafio fundamental", disse a Fitch em nota. A agência atribui rating soberano "BB-" ao Brasil, com perspectiva estável.

A dinâmica da dívida de médio prazo poderia se beneficiar de receitas não recorrentes, mas a queda na relação dívida bruta/PIB no ano passado não altera a visão da agência de que, na ausência de outras grandes receitas pontuais, a tendência é que a dívida aumente de forma constante, embora mais devagar, dados os déficits primários contínuos e uma recuperação econômica frágil.

"Custos permanentemente mais baixos dos empréstimos do governo poderiam ajudar numa dinâmica de dívida mais benigna, e essas questões continuam sendo partes importantes de nossa avaliação de rating em 2020", disse a agência.

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraFitch

Mais de Economia

Correios acumulam déficit e governo estuda novas fontes de receita

Despesa com Previdência fecha 2024 com R$ 29,9 bilhões acima do estimado no Orçamento

Exclusivo: Bernard Appy, secretário da Reforma Tributária, é o entrevistado da EXAME desta sexta

Governo encerra 2024 com déficit de R$ 43 bilhões nas contas públicas, equivalente a 0,36% do PIB