Henrique Meirelles: questionado sobre o embargo, o ministro definiu a questão como "algo que vamos ter que olhar" (foto/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de junho de 2017 às 14h05.
São Paulo - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, comentou e lamentou nesta sexta-feira, 23, a decisão do governo norte-americano, anunciada pelo secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, de suspender a compra de carne bovina in natura brasileira.
"Não há dúvida de que isso tem uma determinada relevância no sentido de que é um mercado importante, é um item importante da pauta de exportações brasileiras. De fato é negativo, isso é algo que vamos ter que olhar", disse o ministro a ser perguntado como estava vendo o embargo.
Meirelles disse que o Ministério da Agricultura está trabalhando nisso para ver quais são os problemas para resolvê-los. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, foi encarregado pelo presidente Michel Temer para resolver a situação. Um dos motivos alegados pelos americanos para suspender a importação da carne brasileira é a reação de alguns cortes dianteiro à vacina contra a febre aftosa.
A despeito de ter admitido a importância das exportações de carne para os Estados Unidos, Meirelles recorreu aos números que apresentou durante a palestra que fez na Amcham para reforçar que o setor externo brasileiro está sólido. "Primeiro que o Brasil está com saldo comercial muito elevado nos últimos 12 meses. O País está com comércio exterior muito forte", disse Meirelles.
Além disso, disse o ministro, "se compararmos o investimento estrangeiro direto com o resultado da conta corrente, o investimento estrangeiro é muito maior que o déficit da conta corrente". "Portanto, existe uma capacidade grande de o Brasil financiar suas contas externas com sobra", afirmou.
O ministro disse ainda que, no curto prazo, o Balanço de Pagamentos Brasileiro, está sólido, crescendo e gerando saldos positivos. "De outro lado compete a todos fazer o trabalho no sentido de assegurar que as dúvidas e preocupações de outros países sejam resolvidos e o País volte a exportar normalmente", comentou.