Meirelles: o ministro participa nesta tarde da edição latino-americana do Fórum Econômico Mundial, em São Paulo (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 14 de março de 2018 às 15h56.
São Paulo - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse neta quarta-feira, 14, que as investigações contra o presidente Michel Temer no Supremo Tribunal Federal (STF) não estão atrapalhando o funcionamento do governo e reforçou previsões da equipe econômica que apontam para um crescimento de 3% da economia brasileira neste ano, com a geração de 2,5 milhões de postos de trabalho. Meirelles participa nesta tarde da edição latino-americana do Fórum Econômico Mundial, em São Paulo.
"Não, do meu ponto de vista acredito que não atrapalha o governo. O governo continua trabalhando com toda eficiência e transparência. Isso é uma questão a ser trabalhada no âmbito jurídico", comentou o titular da Fazenda a respeito da quebra do sigilo bancário do presidente Temer no processo que investiga o Decreto dos Portos.
Questionado sobre como a possibilidade de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderia influenciar o cenário eleitoral, Meirelles disse que o assunto é de responsabilidade do Judiciário e não deve ser politizado.
Mais uma vez, Meirelles destacou que o Brasil já saiu da recessão e que as reformas estão mudando estruturalmente a economia. O teto de gastos, exemplificou, vai reduzir o tamanho do Estado e melhorar a qualidade do serviço público.
Ele também confirmou que o governo brasileiro avalia medidas a serem tomadas frente à sobretaxação de importação de aço e alumínio anunciada pelos Estados Unidos, mas frisou que a barreira não afeta a perspectiva de crescimento econômico deste ano. "É uma medida evidentemente negativa", disse o ministro. "Estamos estudando do ponto de vista do Brasil quais são as medidas a serem tomadas, podendo fazer uma ação junto à Organização Mundial do Comércio."
Os Estados Unidos sinalizaram disposição em negociar, disse o ministro, mas ainda não ficou claro em que ponto giraria essa negociação.
"Acredito que nem as autoridades econômicas americanas ainda têm clareza de qual seria essa negociação que o presidente americano tem em mente."