Murilo Portugal, presidente da Febraban: aprovou as medidas do governo (Divulgação/FMI)
Da Redação
Publicado em 20 de agosto de 2014 às 20h05.
São Paulo - As medidas anunciadas nesta quarta-feira pelo governo federal para estimular o crédito devem produzir efeitos positivos de curto, médio e longo prazos, disse o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal.
"(As medidas) representam uma importante modernização do marco regulatório brasileiro", disse Portugal em nota, ressaltando o aumento das garantias nas concessões de crédito e maiores facilidades na recuperação das garantias, além da redução de custos e da burocracia, especialmente no crédito imobiliário.
À tarde o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou um pacote de medidas de estímulo ao crédito, incluindo a possibilidade de que imóveis quitados sejam usados como garantia de operações de crédito.
Além disso, os bancos poderão usar até 3 por cento da captação em poupança para estas operações, o que pode gerar cerca de 16 bilhões de reais em novas operações. A implementação será por meio de resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN).
O governo também anunciou a dispensa de cobrança judicial para operações de crédito sem garantia com limite de até 100 mil reais. No caso das operações com garantia, o valor é de 50 mil reais. Mais cedo, o Banco Central anunciou medidas para estimular o mercado de crédito, incluindo elevação da parcela do recolhimento compulsório a prazo que pode ser cumprida com operações de crédito.
Em nota, o Santander Brasil avaliou que as medidas terão reflexos positivos sobre a atividade econômica, tanto pela liberação de mais recursos de depósitos compulsórios para operações de crédito quanto pelo foco no financiamento imobiliário e para compra de veículos.
Em apresentação a investidores da Apimec, o presidente-executivo do Bradesco , Luiz Carlos Trabuco, disse que as medidas do BC serão positivas para os bancos, mas que ainda há espaço para mais flexibilização dos requerimentos de capital.
Já a agência de classificação de risco Fitch afirmou que as medidas do BC para incentivar empréstimos por bancos locais podem não ser suficientes para superar as preocupações de muitos bancos com a qualidade de crédito, diante da desaceleração macroeconômica do país.
Texto atualizado às 20h05min do mesmo dia, para adicionar mais informações.