Economia

Medida de estímulo sustenta criação de emprego, diz ministra

Miriam Belchior rebateu alegações de que desemprego tenha aumentado no início do ano e defendeu medidas de estímulo à economia da presidente Dilma Rousseff


	Miriam Belchior: segundo ministra, comparação, feita da forma correta, mostra queda do desemprego
 (Valter Campanato/ABr)

Miriam Belchior: segundo ministra, comparação, feita da forma correta, mostra queda do desemprego (Valter Campanato/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2014 às 17h16.

Brasília - As desonerações, os programas de qualificação dos trabalhadores e a ampliação do Simples Nacional – regime simplificado de tributação para as micro e pequenas empresas – têm permitido sustentar a criação de empregos, apesar do baixo crescimento econômico, disse hoje (3) a ministra do Planejamento, Miriam Belchior.

Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, ela rebateu as alegações de que o desemprego tenha aumentado no início do ano e defendeu as medidas de estímulo à economia da presidente Dilma Rousseff.

A ministra disse ainda que a taxa de desemprego de 7,1% no primeiro trimestre apontada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada hoje (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não pode ser comparada com a do último trimestre de 2012.

Segundo a ministra, a comparação, feita da forma correta, mostra queda do desemprego.

“Quando o verão está muito quente, comparamos com outro verão, não com o inverno. O primeiro trimestre de 2014 só pode ser comparado com o primeiro trimestre do ano passado, porque o mercado de trabalho tem suas sazonalidades”, justificou.

Por esse critério, o desemprego caiu em relação à taxa de 8% registrada nos três primeiros meses de 2013.

Em relação ao último trimestre do ano passado, o desemprego subiu de 6,2% para 7,1%. No entanto, segundo Miriam Belchior, esse tipo de comparação não pode ser feito.

“No fim do ano, o desemprego sempre cai por causa das contratações de Natal. A pesquisa do IBGE só revela os números brutos, sem desconsiderar esses ciclos sazonais”, alegou.

No acumulado em 12 meses, a taxa de desemprego da Pnad Contínua também caiu, de 7,1% nos para 6,9%.

“Esse também é um método correto de comparar porque a sazonalidade está incluída nas duas comparações”, acrescentou a ministra.

A sazonalidade representa as oscilações típicas de determinadas épocas do ano em todos os mercados.

De acordo com Miriam Belchior, a Pnad Contínua confirma a queda do desemprego constatada em outros levantamentos, como a Pesquisa Mensal de Emprego, do IBGE, e a pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

“Todas as pesquisas apontam na direção de um mercado de trabalho cada vez mais robusto e aquecido”, ressaltou.

Apesar do crescimento de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) de janeiro a março, comparado com o primeiro trimestre do ano passado, a ministra ressaltou que a economia brasileira continua gerando emprego com velocidade.

“Muitos economistas estão estudando esse fenômeno, mas o fato é que o governo tem desenvolvido um conjunto de ações que tem permitido sustentar a criação de emprego no cenário econômico atual”, destacou.

Segundo a ministra, a greve dos servidores do IBGE não afetou a divulgação da Pnad Contínua. “Eu, assim como todo mundo, só fui informada dos números hoje, mas a pesquisa estava fechada há algum tempo, antes de a greve ser deflagrada”, explicou.

Acompanhe tudo sobre:DesempregoEmpregosMinistério do Planejamento

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo