Trump e May em encontro da Otan nesta quarta-feira: sem tempo para lidar com visitas de Estado, primeira ministra deve anunciar plano econômico para o Brexit (Yves Herman/Reuters)
EXAME Hoje
Publicado em 12 de julho de 2018 às 06h15.
Última atualização em 12 de julho de 2018 às 07h25.
O presidente americano Donald trump está em Londres pela primeira vez, mas a primeira ministra Theresa May, para utilizar uma expressão bem britânica, “tem peixes maiores para fritar”. Depois que dois membros de seu gabinete renunciaram no início da semana, May está às voltas com membros do Partido Conservador para encontrar apoio ao seu plano de saída da União Europeia, o Brexit. Hoje, ela apresenta um plano econômico para a saída, com detalhes de como será a vida, setor por setor, para as empresas após o Brexit.
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Apesar da crise política gerada pela saída de David Davis, secretário especial do Brexit, e de Boris Johnson, ministro de Relações Exteriores, executivos de grandes empresas e líderes de negócios estão otimistas com o plano de May. Davis e Johnson eram contrários à manutenção de relações econômicas com a Europa depois da saída — uma postura defendida como o “Hard Brexit”. May não via essa possibilidade como uma alternativa benéfica para a economia do Reino Unido, que já sofreu seus baques e reduções de expectativas em decorrência do voto de junho de 2016.
Até agora, o plano de encontrar um campo comum em trocas comerciais com a Europa tem agradado aos partidários de May, além do empresariado. O alto comando do partido tem reiterado que o importante é deixar o bloco e que outros assuntos podem ser tratados depois. Até os opositores do Partido Trabalhista estão otimistas, já que uma fragmentação entre Conservadores poder ser um bom sinal para eles. Tom Watson, vice-líder dos Trabalhistas, afirmou que outro referendo sobre o Brexit pode ser necessário caso a proposta de May de hoje não tenha suporte o suficiente.
Os conservadores mais radicais não estão contentes, e continuam a avisar May que o governo da primeira ministra corre perigo caso o plano mais brando continue sendo tocado. Um membro do Partido Conservador pró-Europa, no entanto, chegou a afirmar à agência Bloomberg que os mais conservadores nunca estão felizes. Donald Trump, que chegou a afirmar que queria ter uma relação semelhante à de Reagan e Tatcher com May, terá que se contentar com o chá da tarde com a Rainha Elizabeth.