Theresa May: premiê evitou risco de ter que voltar atrás em promessa de que país não será parte de nenhuma união alfandegária depois de deixar a UE (Matt Cardy/Pool/Reuters)
Reuters
Publicado em 17 de julho de 2018 às 16h58.
Última atualização em 18 de julho de 2018 às 10h34.
Londres - A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, escapou por pouco de uma derrota no Parlamento pelas mãos de parlamentares pró-União Europeia de seu próprio partido nesta terça-feira, contendo uma rebelião que ameaçou agravar uma crise causada por sua estratégia para o Brexit, a desfiliação britânica da UE.
Por 307 votos a 301, o Parlamento rejeitou uma emenda em uma legislação comercial que teria obrigado o governo a tentar negociar uma união alfandegária com a UE se não tiver conseguido obter um acordo com o bloco que ofereça livre-comércio para bens sem atritos até 21 de janeiro de 2019.
A vitória apertada é a terceira de May nesta semana, o que sublinha a dificuldade que ela enfrenta para aprovar leis ligadas a uma das decisões mais polarizadoras e importantes da história britânica moderna somente com um governo de minoria e um partido dividido internamente.
Ao vencer a votação desta terça-feira a premiê evitou o risco de ter que voltar atrás em sua promessa de que o país não será parte de nenhuma união alfandegária depois de deixar a UE --algo que teria enfurecido a ala pró-Brexit de sua sigla.
Mas o governo sofreu uma derrota inesperada em uma outra emenda, o que significa que agora terá que conseguir um acordo que permita ao Reino Unido continuar a participar do marco regulatório europeu de remédios.
O projeto de lei do comércio tem como foco converter acordos comerciais entre a UE e outros países em pactos bilaterais com o Reino Unido. Trata-se de um projeto de lei técnico, cujo objetivo inicial não era definir uma nova política comercial.