Economia

Marun: Crédito para cobrir calote de países mostra que governo está ativo

O ministro da Secretaria de Governo disse que o resultado significou uma "demonstração de vitalidade" dos parlamentares da base aliada

Temer e Marun: "estou aqui para marcar e registrar a nossa satisfação pela vitalidade da nossa base", disse o ministro (Ueslei Marcelino/Reuters)

Temer e Marun: "estou aqui para marcar e registrar a nossa satisfação pela vitalidade da nossa base", disse o ministro (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de maio de 2018 às 14h34.

Última atualização em 3 de maio de 2018 às 14h36.

Brasília - O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, comemorou nesta quinta-feira, 3, a "vitória" obtida pelo governo na quarta-feira, 2, quando o Congresso Nacional aprovou a abertura de um crédito de R$ 1,164 bilhão para cobrir o calote dos governos da Venezuela e de Moçambique junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e ao Credit Suisse.

Marun disse que o resultado significou uma "demonstração de vitalidade" dos parlamentares da base aliada e negou que o governo esteja parado.

"Estou aqui para marcar e registrar a nossa satisfação pela vitalidade da nossa base, num dia sabidamente difícil, e o senso de responsabilidade dos parlamentares que votaram (a favor). Foi uma demonstração de vitalidade da base, uma vitória do bom senso. Foi de goleada", disse. "Quem é que achou que íamos conseguir esse quórum? Só eu? ou nem eu?", brincou.

O pagamento, que vence na terça-feira, 8, poderá ser feito graças a um cancelamento, no mesmo valor, na previsão de gastos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) com o seguro-desemprego. O projeto agora vai à sanção presidencial.

A abertura do crédito suplementar é necessária porque o Fundo de Garantia à Exportação (FGE), vinculado ao Ministério da Fazenda, é o avalista das operações. Embora o FGE tenha o dinheiro necessário para cobrir a inadimplência dos dois países, a despesa não está prevista no Orçamento.

Marun aproveitou para destacar que a aprovação garante a manutenção das exportações brasileiras e a credibilidade do País junto à comunidade internacional. "Isso (aprovação da abertura de crédito) permitiu que nos cumpríssemos esses compromissos, o que vai permitir que as exportações brasileiras sigam no ritmo acelerado e que o Brasil mantenha credibilidade nacional e internacional", disse.

"A cobrança (de Venezuela e Moçambique) continua, mas o principal era honrar compromissos feitos pelo nosso fundo garantidor, que é o instrumento fundamental para o sucesso das exportações", explicou.

O ministro negou, no entanto, que o governo esteja parado, ao ser questionado sobre outras pautas tidas como prioritárias para a gestão de Michel Temer. Ele utilizou a aprovação do PLN para abertura de crédito como exemplo de que "os pessimistas estão enganados".

"Nada está parado, tudo está sendo discutido, no sentido de que consigamos um ponto de consenso entre pensamento de diversas correntes que compõe a base e o pensamento do governo. Destaco o Cadastro Positivo, a reoneração da folha de pagamento de alguns setores e a capitalização da Eletrobras. O governo segue firme e dialogando sobre a necessidade de se aprovar essas questões. Entendo que estão mais maduros para aprovação o Cadastro Positivo e a reoneração de alguns setores, mas ainda é necessário o estabelecimento de algum diálogo. A pauta é prerrogativa dos presidentes das casas legislativas", disse.

Acompanhe tudo sobre:Endividamento de paísesGoverno TemerMichel TemerMoçambiqueVenezuela

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo