Monti: "quero promover uma coalizão de boa vontade, realizar uma mesa redonda no Conselho da Europa" (Andreas Solaro/AFP)
Da Redação
Publicado em 9 de maio de 2012 às 11h02.
Florença - O chefe de Governo italiano, o tecnocrata Mario Monti, pediu "uma coalizão de boa vontade" para promover o crescimento econômico da União Europeia durante uma reunião realizada nesta quarta-feira em Florença (centro da Itália).
"Quero promover uma coalizão de boa vontade, realizar uma mesa redonda no Conselho da Europa" com propostas concretas para estimular o crescimento econômico, anunciou Monti antes da reunião extraordinária de dirigentes europeus prevista para o dia 23 de maio em Bruxelas.
A cúpula europeia foi adiantada após a eleição, no domingo, do novo presidente da França, François Hollande, que quer complementar o Pacto de Estabilidade Fiscal com um capítulo sobre o crescimento.
Por sua vez, os comissários europeus Michel Barnier e Olli Rehn convocaram em Florença a "encontrar um equilíbrio" entre a necessidade de fomentar o crescimento e as exigências de uma disciplina orçamentária.
"A Europa atravessa um momento importante: é preciso manter o rumo da estabilidade econômica e reforçar as medidas para um crescimento duradouro e para a criação de emprego", declarou Rehn, vice-presidente e comissário de assuntos financeiros da Comissão Europeia.
Os resultados das eleições do último fim de semana na França e na Grécia refletem o descontentamento dos europeus com as medidas de austeridade e os cortes impostos pela maioria dos governos.
"Há preocupação, inclusive raiva, já que se criou uma fratura entre as elites, os dirigentes e seus povos. É muito difícil encontrar um bom equilíbrio entre medidas confiáveis para os mercados financeiros e os planos de austeridade", reconheceu Barnier em uma conversa com a AFP à margem das reuniões.
O chefe de Governo italiano solicitou à União Europeia que sejam adotadas novas regras para o cálculo dos déficits de modo que não sejam levados em conta os investimentos públicos estratégicos que serão aprovados.
Monti reiterou o compromisso de seu governo de cumprir o objetivo pactado com a União Europeia "de alcançar o equilíbrio orçamentário no próximo ano".